Entregas de comida, serviços bancários, compras pela internet e uma infinidade de outras atividades que estamos fazendo mediadas pelo celular. A inteligência artificial já é uma realidade e um futuro completamente inevitável. Por isso, não é de se assustar que os processos educacionais sejam tomados completamente pela tecnologia, transformando o modo como ensinamos e aprendemos, além de ressignificar o papel do professor. E, se não podemos evitar essa realidade, o melhor que se tem a fazer é adaptar-se a ela.
Sabe por que? Pois as estimativas dão conta de que cerca de 20% das escolas privadas no Brasil já sejam atendidas por algum serviço de inteligência artificial. O percentual parece pequeno, mas não é. Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), do Ministério da Educação (MEC), apontam que o país tem 184,1 mil escolas, sendo a maior parte delas (112,9 mil) municipais e 21,7% do total de instituições particulares. Isso quer dizer que das 38,6 mil escolas da iniciativa privada, quase 8 mil já utilizam a inteligência artificial.
Os exemplos são muitos: desde monitorar o desempenho de alunos até a aplicar atividades e testes direcionados. A grande contribuição da inteligência artificial é a personalização, pois, afinal, cada estudante é diferente um do outro e necessidade de estímulos e demandas diversas das de seus colegas. Dessa forma, otimiza-se o processo educacional e, claro, o aprendizado, trazendo ganhos a quem está no papel de estudante, mas também a quem é chamado de professor, o mediador do conteúdo e do conhecimento.
A introdução dos mecanismos e ferramentas de inteligência artificial revela uma mudança de cultura e comportamento ligados à educação. E nos projetam para um futuro não tão distante. Ao contrário, mais próximo do que se imagina. O aprendizado ficou personalizado. E os alunos não serão mais obrigados a aprender tudo do mesmo jeito, mas, sobretudo, aprender do seu próprio jeito. O importante é como aprender. E é nesse sentido que cada vez mais são desenvolvidas técnicas de aprendizado levando em conta a inteligência artificial. Vai ficar mais fácil, mais legal, mais divertido e menos traumático aprender.
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Tiago Mariano
Formado em História pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), pós-graduado em Ensino e História. Atualmente ministra aulas no Colégio Estadual Olavo Bilac, em Cambé, no Colégio Maxi, em Londrina, e é coordenador pedagógico da startup londrinense EducaMaker. Em 2018, foi premiado pela Google for Education (2018) com o primeiro lugar nacional no Programa Boas Práticas pela criação de um método de formação de alunos de alta performance.