Preços pela hora da morte

tomate

Oscilação climática, registrada entre janeiro e março deste ano, elevou em até 100%  produtos do segmento hortifrúti. Outono e inverno devem trazer tempos e valores melhores

Antônio Mariano Júnior

Equipe o Londrinense

Uma expressão em desuso vem ganhando cada vez mais força por conta dos consumidores. Quem não falou, ao menos pensou diante de placas ou etiquetas afixadas nas bancas de verduras, legumes e frutas: “o preço está pela hora da morte”.

Entre dezembro do ano passado até o início deste mês, alguns produtos do setor hortifrúti tiveram aumento de 100%, no atacado. É o caso da caixa com 20 quilos de abobrinha verde, comercializada por R$ 50,00. A batata fechou 2018 com a saca de 50 quilos na casa dos R$ 90,00; atualmente, está cotada em até R$ 200,00.

Entre as hortaliças, o alface é bom exemplo de elevação de preço: a caixa com 12 pés da verdura custa, atualmente, R$ 24,00. Na Central de Abastecimento de Londrina (Ceasa) , que negocia hortifruti no atacado, o reajuste também atingiu outros produtos como a couve-flor, banana, repolho e, quem diria, até mesmo o chuchu. A caixa com 22 quilos do legume chegou a ser vendida a R$ 70,00; baixou para razoáveis R$ 20,00.

Culpa da instabilidade econômica? Também, opa! Não só, porém “A elevação de preços é determinada por uma cadeia de fatores, como a questão climática. Tivemos um período marcado ditado pela alternância de altas temperaturas e fortes chuvas. As atipicidades do clima, intensificadas a partir de janeiro deste ano, influenciou diretamente em alguns produtos”, frisa Marcos Augusto Pereira, gerente da Ceasa/Londrina.

Segundo ele, o calor excessivo, por exemplo, incidiu diretamente no preço e na qualidade de hortaliças como alface, acelga e couve-flor, submetidas a temperaturas do solo de até 50 graus.

Os “precinhos” nada camaradas sofreram influências também do aumento de insumos agrícolas (de sementes a defensivos) cotados em dólar, reajuste de combustível, entre outros investimentos.  

Com a aproximação do inverno, a perspectiva é de queda nos valores de alguns itens do segmento hortifrúti praticados atualmente. “O próprio mercado se ajusta, a partir do outono, com o consumo maior de tubérculos e menor procura por hortaliças folhosas e frutas”, afirma Pereira.  Em 2018, a Ceasa/Londrina comercializou aproximadamente 196 toneladas em produtos.

No entanto, a diminuição dos sustos diante das bancas de verduras, legumes e frutas não depende apenas das questões climáticas. São necessárias de ações e postura íntegras por parte do governo federal para a geração de emprego e aumento no poder de compra dos brasileiros. Os índices da crise econômica igualmente estão pela hora da morte.

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