Jovens com autismo, síndrome de Tourette, Down e outras podem se inscrever para ocuparem sete vagas
O LONDRINENSE com assessoria
Desde que foi lançado em 2017, o programa Jovem Aprendiz para pessoas com deficiência (PCD), da Construtora Plaenge, já preparou para o mercado 13 jovens. A maioria ainda está no grupo e atuando em diferentes setores da empresa. O programa, explica a gerente de Recursos Humanos da Plaenge, Luciana Siqueira, foi criado para oferecer formação a jovens com deficiência que estão em busca de oportunidades de emprego. Atualmente três jovens estão participando do projeto.
A novidade é que agora o programa está aberto para neurodiversidades, ou seja, receber jovens com Autismo, Síndrome de Tourette, Down, entre outras. “A legislação permitiu que as pessoas com deficiências neurológicas fossem incluídas na cota PCD o que facilitou um pouco mais a procura por estes jovens para o programa Aprendiz PCD”, destaca Luciana.
Hoje, ressalta a gerente de RH, a empresa está com sete vagas abertas para o Programa Jovem Aprendiz (2 administrativo e 5 para obra) e a preferência é para PCD. Para participar da seleção e do programa Jovem Aprendiz PCD não tem limite de idade. Para as vagas no setor administrativo, a idade mínima é 16 anos e pode estar cursando o Ensino Médio. Na obra, somente a partir de 18 anos e precisa ter concluído o Ensino Médio. A deficiência terá que ser comprovada por laudo do médico do trabalho. A inscrição para a seleção pode ser feita pelo site www.plaenge.com.br, na aba “Trabalhe na Plaenge”.
Richard Marcos Camargo, 20 anos, é um dos colaboradores que já passaram pelo Programa Jovem Aprendiz do Grupo Plaenge e que foram efetivados pela empresa na sequência. Ele conta que entrou no programa em março de 2018, atuando como auxiliar de contrato na Vanguard. Antes, lembra Richard, trabalhava com o pai em uma empresa de informática, na parte de atendimento ao cliente.
O programa encerrou em julho de 2019 e em setembro o jovem foi contrato pela Plaenge como auxiliar de suprimentos. “Ter participado do programa foi muito importante porque, entre outras coisas, me deu boas noções da área administrativa da empresa, como RH e financeiro. O bom é aprender o conteúdo na teoria e depois já poder colocá-lo em prática”, afirma Richard, reforçando que o programa ajuda o participante a se envolver com as funções da empresa e com as pessoas.
Estudante de Educação Física, ele diz que pretende sim atuar na área, mas tomou gosto pelas atividades da Plaenge e não descarta no futuro cursar outra graduação como Administração, Arquitetura ou Engenharia Civil. “Quero continuar trabalhando aqui. Unir as duas coisas”. Richard tem Glaucoma Neurovascular e não possui a visão do olho direito. Apesar da deficiência, ele diz que nunca sofreu preconceito dentro da empresa e lembra que ao ser efetivado foi questionado se precisava de algum equipamento específico para exercer sua função. “Eles tiveram esse cuidado de saber se seria preciso fazer alguma adaptação. Mas eu não precisava de nada em especial”. Para os jovens que pretendem ingressar no mercado de trabalho, o estudante é enfático: “Não pode desistir, não pode colocar os obstáculos na frente. É preciso usar a deficiência como um estímulo para vencer as dificuldades”.
Para o Grupo Plaenge, pontua Luciana, oferecer esse programa é uma oportunidade de ter uma pessoa no quadro que está ávida para aprender. “Ela também pode se identificar mais facilmente com a cultura da empresa e com as atividades por ser seu primeiro trabalho”, observa. Ainda, acrescenta ela, é uma forma de possibilitar a formação do jovem com deficiência para o mercado de trabalho. Além disso, com o programa ampliam as chances da empresa conseguir cumprir a cota de Pessoa com Deficiência.
O programa Jovem Aprendiz dura entre 1 e 2 anos, a depender do curso e da instituição. Os participantes fazem cursos profissionalizantes com entidades parceiras e prestam serviços em diferentes setores da construtora. Uma vantagem para esse jovem aprendiz PCD é que durante o programa ele não perde o benefício do INSS e pode se experimentar no primeiro emprego.