Três apresentações – duas delas gratuitas – movimentam o Festival Internacional de Londrina
O LONDRINENSE com assessoria
Entrando em sua reta final, o Festival Internacional de Londrina – FILO 2023 apresenta três espetáculos que vão mexer com as emoções do público.
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E a programação começa às 11h30, no Calçadão de Londrina, com Mil litros de preto: A maré está cheia, com Lucimélia Romão, de São Félix (BA). A partir da necessidade urgente da performer Lucimélia Romão em abordar a violência que o estado hegemônico opera diariamente sobre os corpos dissidentes, “Mil litros de preto: a maré está cheia” relata com veemência o cenário de abandono, muitas vezes sub-humano, em que é mantida a população negra no Brasil.
Tendo como foco o genocídio da juventude preta, cujos direitos básicos são negados, a artista questionao fato de que as leis têm sido criadas, desde o Brasil Colônia, para reiterar essa negação. Como um grito para suspender a barbárie, o espectador é convidado a perceber o meio em que vive e criar outras possibilidades de vida. Duração: 40min. Gratuito.
UBU: O que é bom tem que continuar! é o espetáculo que o grupo Clowns de Shakespeare, de Natal (RN), apresenta às 19h, na Praça Tomi Nakagawa. Com sátira política e um divertido jogo de metalinguagem, “Ubu: o que é bom tem que continuar!” fala de injustiças sociais, da disputa pelo poder e da manipulação de informações.
Essa montagem de rua, fruto da parceria entre os grupos Clowns de Shakespeare, Facetas e Às avessas, é inspirada no clássico “Ubu Rei”, de Alfred Jarry. De forma bem-humorada, o espectador irá se surpreender com os personagens Pai e Mãe Ubu, que, após fugirem da Polônia, ao terem sua tentativa de golpe frustrada, aportam em Embustônia, um país/lugar nenhum com ares latino-americanos. Nesse novo ambiente nonsense, entre influencers e cachos de bananas, eles continuarão sua saga alucinada e insaciável pelo poder. Classificação indicativa: Livre. Duração: 60min. GRATUITO.
VÍDEO:
Para finalizar o dia, Sobrevivente, com Nena Inoue, de Curitiba, será apresentado às 21 horas, na divisão de Artes Cênicas (Av. Celso Garcia CID, 205). Os ingressos estão esgotados.
Vencedora do Prêmio Shell de melhor atriz e 2019, Nena Inoue volta ao FILO com “Sobrevivente”, segunda parte da trilogia iniciada com “Para Não Morrer”. Com enfoque em uma narrativa contracolonial, a atriz investiga suas origens ao abordar seu passado indígena. Descendente de japoneses, Nena Inoue descobre indícios de sua ascendência indígena e reconstrói, por meio do teatro documental, o caminho de sua historiografia. Uma história íntima, mas também universal sobre pertencimento. Classificação indicativa: Livre. Duração: 70min.