Obra-prima de Arrigo Barnabé, disco de 1980 está sendo relançado em versão especial com materiais exclusivos e inéditos pelas gravadoras Discos Nada e Vermelho Discos
O LONDRINENSE com assessoria
Lançado originalmente em 1980 e produzido de modo totalmente independente por Robinson Borba, o álbum “Clara Crocodilo”, do músico e compositor Arrigo Barnabé, está sendo relançado em vinil. A iniciativa é das gravadoras Discos Nada e Vermelho Discos, com apoio do Grafatório e patrocínio do Programa Municipal de Incentivo à Cultura (PROMIC), da Secretaria de Cultura de Londrina (PR).
Apontado pelo crítico Okky de Souza, da Veja, como “a maior novidade surgida na música brasileira desde a Tropicália”, o disco de Arrigo abriu as portas do movimento que ficaria conhecido como Vanguarda Paulista, e que revelou, entre outros, artistas como Itamar Assumpção, Patife Band, Premê e Grupo Rumo.
O álbum “Clara Crocodilo” figurou na 51º posição da lista de 100 maiores discos da música brasileira feita pela edição brasileira da revista Rolling Stone em 2007. Misturando serialismos, como o dodecafonismo, com o atonalismo livre e elementos do pop rock, a obra conta a história de Clara Crocodilo, inimigo público número 1, personagem inspirada nas histórias em quadrinhos.
Mais de 40 anos após seu lançamento original, a obra-prima de Arrigo Barnabé ganha agora uma nova edição de luxo em vinil verde com capa gatefold empastada e um livreto especial com imagens da época e depoimentos inéditos dos músicos da banda e do compositor apurados pelos jornalistas Gabriel Daher, Teixeira Quintiliano e Felipe Melhado.
Além da reedição do disco original e do livreto comemorativo, o lançamento também inclui uma edição especial em box feita para colecionadores. A caixa traz outros itens exclusivos como um álbum extra em vinil vermelho com faixas inéditas de Clara Crocodilo, camiseta, patch, pôster, fotos e o esboço de uma HQ especial produzida na época pelo artista Luiz Gê, que é também o autor da capa e da identidade visual da obra.
A HQ que conta a história da personagem Clara Crocodilo foi desenvolvida por Luiz Gê ainda na década de 1980, mas nunca lançada até aqui. Agora, os fãs da música de Arrigo Barnabé e dos traços de Gê terão a oportunidade de conferir e colecionar esta raridade na caixa especial que faz parte deste relançamento.
A pré-venda do disco foi aberta na última em dezembro, pelos sites www.nadanadadiscos.com e www.vermelhodiscos.com.br, com valores promocionais. O álbum deve ser entregue no final deste mês e a venda ao público em geral será aberta a partir de março.
Sobre Clara Crocodilo e Arrigo Barnabé
Primeiro álbum de Arrigo Barnabé, “Clara Crocodilo” inovou ao misturar elementos da música erudita moderna com aspectos do pop rock dos anos 1970 e 1980.
Realizado de forma independente, o álbum teve Robinson Borba como produtor e foi gravado no Nosso Estúdio, em São Paulo, entre os meses de julho e setembro de 1980. “Clara Crocodilo” consiste de oito faixas, entre as quais destacam-se a música que dá título à obra; “Diversões Eletrônicas”, vencedora do Festival Universitário da Canção da TV Cultura de 1979; e “Sabor de Veneno”, vencedora do prêmio de Melhor Arranjo no Festival de Música Popular da TV Tupi de 1979.
A Rolling Stone classificou o disco como “uma usina sonora que mistura música erudita contemporânea de vanguarda, dodecafonismo, pop e rock pesado.” A publicação também descreveu a obra como “uma ‘ópera pop’ cujo pano de fundo é a vida degradada nas cidades.”
O relançamento da Discos Nada e da Vermelho Discos marca o retorno do álbum em vinil desde sua segunda edição, de 1983. A nova edição traz ainda um álbum extra com materiais inéditos de Arrigo Barnabé, assim como itens de memorabília e um livreto criado especialmente para esta edição.
Nascido em Londrina, Paraná, em 14 de setembro de 1951, Arrigo Barnabé estudou Composição na Universidade de São Paulo (USP), de 1974 a 1979.
Além de “Clara Crocodilo”, Arrigo lançou os álbuns “Tubarões Voadores” (1984); “Cidade Oculta” (trilha sonora, 1986); “Suspeito” (1987); “Façanhas” (1992); “Ed Mort” (trilha sonora, 1997); “Gigante Negão” (1998); “A Saga de Clara Crocodilo” (1999); “Coletânea 25 Anos de Clara Crocodilo” (inclui: Clara Crocodilo, Tubarões Voadores, Gigante Negão, A Saga de Clara Crocodilo e Uma Suíte a Quatro Mãos, 2004); “Missa In Memoriam Arthur Bispo do Rosário” (2004); “Missa In Memoriam Itamar Assumpção” (2007); e “De Nada a Mais a Algo Além – Ao Vivo No Sesc Vila Mariana” (2014).
Serviço:
Relançamento “Clara Crocodilo” em vinil avulso ou box especial
Vendas pelos sites www.nadanadadiscos.com e www.vermelhodiscos.com.br.
Clara Crocodilo – Arrigo Barnabé (gravadora Ariola, 1980)
1. Acapulco Drive-In (Arrigo Barnabé , Otávio Fialho , Paulo Barnabé , Gilson Gibson)
2. Orgasmo Total (Arrigo Barnabé)
3. Diversões Eletrônicas (Arrigo Barnabé , Regina Porto)
4. Instante (Arrigo Barnabé)
5. Sabor De Veneno (Arrigo Barnabé)
6. Infortúnio (Arrigo Barnabé)
7. Office Boy (Arrigo Barnabé)
8. Clara Crocodilo (Arrigo Barnabé , Mário Lúcio Cortes)
Equipe Clara Crocodilo 1980
Produção: Robinson Borba
Capa e identidade visual: Luiz Gê
Fotos do encarte: Antônio Carlos Tonelli
Músicos: Arrigo Barnabé (voz, piano, percussão e sintetizador), Bozo Barretti (sintetizador, piano, piano Fender Rhodes, coro), Otávio Fialho (baixo elétrico, coro), Rogério (percussão), Suzana Salles (vocal), Vânia Bastos (vocal), Gi Gibson (guitarra), Otávio Fialho (baixo), Paulo Barnabé (bateria), Chico Guedes (clarinete e saxofone tenor), Mané Silveira (flauta e saxofone soprano), Tetê Espíndola (coro), Eliana Estevão (coro), Passoca (coro), Marcelo Galberti (clarinete), Mário Manga (violoncelo), Mifune (coro), Félix Wagner (clarinete e clarinete contralto) e Roney Stella (trombone).
Equipe Clara Crocodilo 2023
Discos Nada: Mateus Mondini
Vermelho Discos: Teixeira Quintiliano e Lucas Ricardo Silva
Produção executiva: Gabriel Daher
Comunicação: Gabriel Daher e Teixeira Quintiliano
Grafatório Edições: Felipe Melhado e Pablo Blanco
Equipe Arrigo Barnabé: Stella Rea, Beatriz Ferraresi e Matheus Mascarenhas
Foto: Gal Oppido