Se tem um assunto que me fascina, é o que diz respeito aos extraterrestres e suas aparições. Na região em que passei infância e adolescência, há vários relatos sobre contatos imediatos de todos os graus. Muitos deles entre os meus familiares. Histórias confirmadas depois de adulta, algumas delas recentemente. Eu mesma vivi uma que, caso não estivesse acompanhada de amigos, ninguém acreditaria. Até hoje tenho dúvidas sobre o que vi.
Vou começar com um dos relatos familiares no qual realmente houve um contato direto, com sequelas físicas. Cresci ouvindo minha mãe contando e foi no velório dela que confirmei a história com o primo Decinho, numa roda de conversa familiar. Velório é um negócio engraçado, porque tem uma hora que todo mundo deixa a tristeza de lado. Tenho um tio, em particular, que neste dia – depois de todos expressarem a tristeza pela partida de minha mãe – desandou a contar piadas. Esse mesmo tio também é testemunha da existência de extraterrestres, e os dois contaram o que viram, em épocas diferentes.
Começo com o meu primo (de segundo grau). Na década de 70, quando ele ainda namorava sua hoje esposa, o casal viveu uma experiência assustadora, a bordo de um Simca Chambord, um carrão na época.
Decinho residia na fazenda da família, entre as cidades de Araraquara e Boa Esperança do Sul, centro geográfico do Estado de São Paulo. Já era noite quando foi levar a então namorada, que morava na fazenda vizinha. Noite clara e quente, o casal seguia por uma estradinha, ouvindo música, quando algo incomum começou a acontecer.
Primeiro foi o rádio do carro, ligado na Morada do Sol, que começou a falhar. “Parecia uma interferência, com ruídos estranhos. Achamos que era problema com a transmissão“, lembra. Mas na sequência, o que se seguiu, foi um filme de ficção-científica. “De repente, o capô do carro ficou iluminado e em cima de nós, um objeto metálico, com luzes brilhantes, começou a nos acompanhar. Não fazia nenhum barulho e as luzes circulavam e mudavam de cor”, relata. Em pânico, deram meia volta e em velocidade, voltaram para a casa do meu primo, já que era mais próxima. “O objeto nos acompanhou até lá. Descemos do carro correndo e gritando e entramos em casa”, recorda. No outro dia, tiveram que ir ao médico. Amanheceram com os olhos infeccionados, como se estivessem com conjuntivite.
Na mesma roda de conversa, pedi para meu tio José contar o que ele e minha tia Zenaide viram na fazenda deles, no interior de Minas Gerais. Já passamos umas férias no lugar, então foi fácil visualizar. Na fazenda, a sede principal fica distante uns 30 metros de quatro suítes, construídas debaixo de um enorme pé de “João Bolão”, uma frutinha parecida com uma mini berinjela que, se comida verde, amarra a boca. É nesse local que eles hospedam as visitas.
Meus tios costumavam sentar na varanda da sede no final do dia, para conversarem e se refrescarem. Um dia, ao olharem em direção à construção, viram um círculo metálico enorme pairando sobre as árvores. As luzes, multicoloridas, iluminavam tudo. Era grande e na hora, meus tios ficaram fascinados. Mas, em seguida,o medo tomou conta. Os dois resolveram entrar em casa e lá permaneceram trancados. No outro dia, o topo das árvores amanheceu chamuscado.
Mas a história que mais me intriga, porque alguns seres foram visualizados, aconteceu numa pescaria, com outro tio, o Horácio. Junto com amigos, costumavam ir ao mesmo lugar fisgar uns lambaris e tomar umas cachaças, pois lá havia um abrigo para os pescadores passarem a noite. Num desses programas, o grupo não só viu uma nave pousar na margem oposta à que estavam, como dela saíram seres enormes, com armas na mão. Segundo descrição do meu tio, eles tinham mais de dois metros de altura e se pareciam com humanos. O grupo, com medo, correu para o abrigo. A nave havia pousado a uma certa distância e eles acreditam que não foram vistos. Misteriosamente choveu muito naquela noite. Assim que amanheceu, eles saíram correndo do lugar, não sem antes conferir que o que quer que seja que tenham visto, não estar mais lá.
Naquela região específica, são vários os relatos de aparições de discos voadores. Entre eles o da minha professora Rita, de português, que morava em Ribeirão Preto e percorria de carro os cerca de 120 km que separam as duas cidades, uma vez por semana. Em uma das voltas, ao passar por uma enorme plantação de eucaliptos às margens da rodovia, notou um objeto brilhante passando entre as árvores. De acordo com ela, a nave trafegava em alta velocidade por entre as árvores, sem tocar em nada. Voava em várias direções e a seguiu por boa parte do caminho. Ela estava acompanhada de outra professora e a história povoou nossa imaginação de estudante por meses.
Não posso dizer que vivi uma experiência extraterrestre porque até hoje tenho dúvidas sobre o que vi. Junto com um casal de amigos, numa madrugada de céu limpo na cidade de Jaú, depois de uma balada, fomos para uma fazenda esperar o sol nascer. Estávamos em uma caminhonete e ao chegarmos no topo de um morro, estacionamos e saímos para conversar. Foi quando notamos que algo diferente acontecia.
Bem abaixo de onde estávamos, notamos uma construção sem teto, com uma iluminação e movimentos muito estranhos. Lá de cima, iluminados por uma lua cheia, notamos que a luz do casebre vinha do chão. Era como se tivesse uma fogueira no centro do cômodo iluminando, mas sem o fogo. Várias pessoas sentadas em círculo. Na janela, notamos homens muito, mas muito grandes, com armas na mão.
Mas o mais estranho vinha de uma estrada, que ficava do outro lado. Vinham luzes, como se fossem faróis, que ao se aproximarem do casebre, apagavam. Achamos que eram os faróis dos carros passando na estrada, mas estranhamos o movimento no horário. Intrigados e com medo, resolvemos ir conferir as luzes e desencanar de vez. Qual não foi nossa surpresa ao conferir que não passou um carro sequer enquanto conferíamos. Mistérios da madrugada.
Mas a história familiar mais engraçada envolvendo Ovnis é a dos primos Sueli e Junior, de São Paulo. Danados que eram, um dia resolveram “fotografar” um disco voador. Um jogou a tampa da panela da tia Olga para o alto, e o outro fotografou. Isso foi na década de 60. Ao mandarem ampliar as fotos, o dono da loja de fotografia não se conteve, e avisou os jornais. Minha tia se viu numa cena de filme, com dezenas de jornalistas na sua porta para conhecer as crianças que tinham tido contato com os ETs. Além de uma surra, tiveram que desmentir a notícia. Nem tudo é extraordinário nessa vida.
Foto: Central de Inteligência Americana (CIA)
Raquel Santana

Já foi jornalista, acha que é fotógrafa, mas nesses tempos de Covid-19 ela só quer sombra e água fresca no aconchego do seu lar. Vendo seriados, óbvio!