Por Telma Elorza
“A insegurança atrapalha minha vida pessoal e profissional. Sei que sou uma mulher bonita, educada e bem preparada. Atraio homens interessantes, porém não consigo manter um relacionamento, porque acredito que vão descobrir que não estou à altura deles e, com medo de rejeição, me fecho e termino o relacionamento. Me boicotei várias vezes assim. No trabalho é a mesma coisa. Não consigo disputar uma promoção porque tenho a certeza que vão me dizer que não tenho capacidade. Estou no mesmo lugar há anos. O que faço para mudar?”
Ai, amiga, que boicote você está fazendo na sua vida, né?
À primeira vista, para mim (não sou profissional da psicologia, então é um palpite), essa insegurança toda me pareceu baseada na síndrome do impostor. Eu escrevi sobre essa síndrome há algum tempo, me colocando exatamente como você, em épocas passadas.
Geralmente, as pessoas que sofrem com isso conseguem conviver e até fazer sucesso na carreira e na vida. Sempre se questionando, sempre se julgando que poderiam fazer melhor, sempre duvidando da própria capacidade, esperando que alguém aponte a fraude que acredita ser, mas ainda assim vão em frente.
O que precisamos entender é que, nós, mulheres, somos muito mais cobradas e muito mais sucetíveis à essa mania de achar que somos insuficientes. E não somos poucas. A Forbes publicou uma pesquisa, que mostra que 75% das mulheres executivas sofre com a síndrome do impostor, por uma série de razões. Vale a pena dar uma lida no artigo.
Mas o que me surpreende, no seu caso, é que você parece que parou com tudo. Com a vida amorosa, com a vida profissional, por causa dessa sua insegurança. Você diz que sabe que é uma mulher bonita, educada e bem preparada. Mas será que sabe mesmo? Será que sua autoestima está tão baixa que, mesmo vendo tudo isso, não consegue realmente “enxergar” – e explorar – as vantagens que tem?
Seu problema pode ter raízes muito profundas e uma mera leiga, como eu, não pode ajudar. Poderia até dar dicas tipo “treine sua autoconfiança”, “não persiga a perfeição” e outras que a gente vê sempre por aí em sites de autoajuda. No entanto, seria irresponsável da minha parte, porque me parece que essa sua autossabotagem precisa ser tratada por especialistas.
Sugiro que procure um psicólogo ou psicoterapeuta para se entender melhor, tratar essas raízes que abalam seu psicológico. Só assim, quando você resolver essas questões, é que estará no caminho para resolver sua vida.
Espero que tenha ajudado.
Se tiver dúvidas sobre relacionamentos, me mande um e-mail no telma@olondrinense.com.br
Quem é a Tia Telma
Telma Elorza é jornalista, divorciada e adora dar pitaco na vida dos outros. Mas sempre com autorização.
Arte: Mirella Fontana
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