Por Telma Elorza
“Li uma reportagem sua sobre gerontofilia e complexo de Édipo. Percebi que o meu namorado tem esse “distúrbio”. Ele tem uma péssima relação com a mãe que o abandonou com a avó, que o criou. E todas as mulheres com que ele se envolve têm características físicas idênticas da mãe dele. Estou começando a achar estranho”.
Eu recebi essas informações pelo meu Instagram. A moça leu a coluna Tia Telma Responde sobre a tara por mulheres mais velhas e quis tirar suas dúvidas. Mas como eu acho que não é o caso de uma coluna de sexo, vou responder nesta aqui.
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A leitora narra o abandono que o namorado sofreu com a mãe, que o deixou aos cuidados da avó. Por isso, acho até normal que a situação traumatizante o leve a procurar uma figura maternal nas namoradas. Isso é um sintoma gritante que ele não superou a situação e, na minha opinião de leiga, nem vai superar sem ajuda de um tratamento psicológico.
A situação, de procurar amor com mulheres com características idênticas da mãe, demostra isso. Ele, inconscientemente – ou até de forma consciente – quer achar uma substituta para, enfim, ter o amor da mãe que o deixou. Não acredito que ele se realmente se apaixone por essas mulheres, o que quer é a relação que faltou na infância. Por isso também não acredito que essas relações durem, porque nenhuma é realmente a mãe ou quer assumir esse papel.
Uma pesquisa realizada por cientistas húngaros, publicada na revista especializada “Proceedings of the Royal Society Biological Sciences”, no final da década de 2000, mostrou tanto homens quanto mulheres heterossexuais buscam parceiros parecidos fisicamente com seus genitores. No caso da mulher, o pai. Os homens preferem mulheres que se assemelham às suas mães. No entanto, acho que ele está ultrapassando todos os limites, já que procura mulheres idênticas.
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Sigmund Freud já dizia que o desejo e a paixão do filho por sua mãe, na etapa do desenvolvimento psicossexual do menino, entre os 3 e os 5 anos, poderia afetar toda sua vida se não fosse bem resolvido. No caso desse rapaz – que não sabemos com qual idade foi abandonado pela mãe – esse trauma pode ter afetado muito mais.
Então, sugiro à leitora que o convença a buscar ajuda profissional, um psicólogo ou psicoterapeuta para ajudá-lo a se entender e, talvez, superar o trauma.
Se tiver dúvidas sobre relacionamentos, me mande um e-mail no telma@olondrinense.com.br
Quem é a Tia Telma
Telma Elorza é jornalista, divorciada e adora dar pitaco na vida dos outros. Mas sempre com autorização.
Arte: Mirella Fontana