Por Telma Elorza
“Tenho 39 anos, sou solteira e aquela que resolve os problemas de todos da família. Mas já estou cansada de ajudar e não ter um obrigada de volta. Ninguém reconhece meu esforço. Como posso cobrar um reconhecimento maior sem parecer estar cobrando isso?”
Ai, amiga. Existem aqui algumas coisas que não ficaram claro. E, portanto, vamos ter que esmiuçar o assinto para ter um melhor entendimento, ok?
A primeira delas: você é a faz-tudo da família, aquela que todo mundo procura quando precisa de algo ou você é aquela que se mete onde ninguém chamou para ajudar? O esforço para ajudar o outro é natural ou forçado?
Porque são duas coisas diferentes. Quando você é uma pessoa esclarecida, inteligente, prendada, sempre vai ter alguém procurando sua opinião e apoio porque sabe que realmente pode ajudar. Isso é um reconhecimento de suas habilidades e, portanto, um grande elogio.
Agora, se você não espera ninguém pedir sua ajuda e já vai se intromentendo, você é apenas uma enxerida, se metendo em assuntos que não lhe dizem respeito. Portanto, não merece nem um obrigado. Pelo contrário. Se as pessoas ainda deixam você se meter, sem dar um passa-fora daqueles bem dado, deve ser porque gostam de você, independente da sua intromissão.
“Ah, mas fulano precisa que alguém faça isso ou faça aquilo para ele melhorar”. Fia, já ouviu falar em livre-arbítrio? O poder que cada indivíduo tem de escolher suas ações e quais caminhos seguir? Então, você não pode decidir nada pela vida do outro sem que esse outro peça por isso. Estamos entendidos?
Bom, agora você já descobriu qual você é? A faz-tudo ou a enxerida?
Então vamos para o segundo ponto.
Esforço ou reciprocidade
Você ajuda as pessoas pensando numa reciprocidade? Você ajuda pensando no que vai receber em troca? Se sim, desculpa, mas você não está ajudando, está “vendendo”. Você pode até não por preço, um valor monetário por aquilo que faz, mas efetivamente cobra através da gratidão, do “oh, nossa, se não fosse você…”. Ou seja, a “carteira” do seu ego deve estar sempre recheada? E quando isso não acontece, quer buscar maneiras de reconhecimento sem dar na cara.
Reavalie suas atitudes.
Se quer ajudar, ajude de todo coração. Ajude para resolver o problema, sem esperar até um obrigada porque a ingratidão é muito mais fácil de achar. Mas se quer algo em troca, cobre então um valor por seu serviço, não o classifique de ajuda. Paga quem quer. Simples assim.
Espero ter ajudado
Quem é a Tia Telma
Telma Elorza é jornalista, divorciada e adora dar pitaco na vida dos outros. Mas sempre com autorização.
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Arte: Mirella Fontana
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