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Tudo sobre chocolate

Por Chantal Manoncourt

Instrutivo, divertido e gourmet, o Museu do Chocolate em Paris reconstitui mais de 4.000 anos de história do cacau, em imagens e sabores, e mergulha o visitante no fabuloso mundo do chocolate.

Originário da América Central, é cultivada pelos Maias que veneram o cacau e o cacaueiro, que chamam de Árvore do Paraíso. O cacau é então uma bebida amarga à base de massa de cacau, água e especiarias. Nessas culturas, é considerado o “néctar divino”, o alimento dos deuses para os deuses. É Quetzalcoatl, o Deus Serpente emplumado que, segundo a lenda, ensinou o homem a cultivar e preparar o “Tchocoalt”.

Uma bela coleção de jarros decorados, taças lindamente pintadas ou estatuetas de mercadores ilustram a epopeia do cacau nas civilizações pré-colombianas. As anedotas falam do uso do cacau como moeda, de modo que os Aztecas pagavam suas compras com grãos: apenas um para obter cinco pimentões verdes, mas três para obter um ovo de peru. Diferentes receitas e anedotas pontuam a viagem, como a de um imperador asteca que bebia 50 xícaras de cacau condimentado por dia, convencido de suas virtudes afrodisíacas…

Segue-se uma viagem pelos diferentes períodos da nossa história. Em primeiro lugar, o importante encontro, em 1519, entre o emperador asteca Moctezuma a Hernán Cortés, que conduzirá em particular à introdução do cacau na Europa. Cristóvão Colombo foi o primeiro europeu a provar a bebida à base de cacau em 1502, mas, considerando-a muito amarga, não deu atenção a ela.

No início, os espanhóis não gostaram dessa bebida do Novo Mundo. Eles acabaram ficando com gosto depois de adicionar açúcar. A partir de 1528, Cortés importou preciosos grãos de cacau para a Espanha. O “Chocolate” rapidamente se tornou a bebida preferida da corte espanhola, de onde se espalhou gradualmente para as cortes reais de outros países europeus a partir do século XVII, na França e depois na Itália.

Uma bela coleção de xícaras, bem como diferentes potes de chocolate chamados “chocolatiers” em cobre, prata e materiais diversos, testemunham o crescente entusiasmo pela bebida com o mesmo nome na Europa. Permanece até o final do século XVIII um prato requintado reservado à nobreza e à burguesia. O chocolate é oferecido em farmácias e lojas de especiarias, no primeiro caso para suavizar o sabor amargo, até mesmo ruim de certos medicamentos, no segundo caso para realçar o sabor dos alimentos. O chocolate só será apreciado por si só no final do século XVIII, início do século XIX, com a primeira barra de chocolate criada em 1847 e a barra de chocolate ao leite em 1875.

Durante a visita, distribuidores de granulados de chocolate preto, ao leite ou branco estão à disposição dos visitantes, enquanto criações surpreendentes aparecem no final do passeio, como este Arco do Triunfo que exigiu 300 kg de chocolate ou esta Torre Eiffel de 2,80m. O chocolate inspira muitos artistas com estes vestidos, malas, sapatos que queremos morder… Finalmente, são oferecidos workshops para miúdos e graúdos onde todos saem com o seu chocolate para o deleite de todos.

Serviço: Musée du Chocolat : 28 boulevard Bonne Nouvelle  75010 Paris

Fotos: © Choco-Story Paris

Chantal Manoncourt

Parisiense, arqueóloga e jornalista, apaixonada pelo Brasil, já escreveu vários livros sobre turismo brasileiro

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