Alsácia: entre vinhas e cidadezinhas

strasbourg

Por Chantal Manoncourt

Uma herança arquitetônica soberbamente preservada, aldeias floridas e vinhos famosos, a Alsácia pode ser descoberta como um livro ilustrado.

O rei Luís XIV falou da Alsácia como “um jardim maravilhoso”. Um jardim que se debruça sobre as montanhas dos Vosges, estende-se até ao rio Reno e serpenteia entre vales e vales. De Estrasburgo, famosa por sua soberba catedral e seu surpreendente relógio astronômico, a Colmar, e até as menores aldeias, a Alsácia conseguiu preservar seu magnífico patrimônio arquitetônico.

Quanto à pedra do país, o divino arenito rosa, está presente em todos os lugares: em pontes fortificadas, prefeituras, castelos, igrejas e fontes. Ruas de paralelepípedos ladeiam casas com grandes telhados de telha e reboco multicolorido com enxaimel em forma de diamante.

Originalmente, as cores não eram escolhidas ao acaso. O verde esmeralda faz referência ao artesanato de costura, tecido e couro. Vermelho correspondia a ofícios que trabalhavam com ferro. O amarelo ocre destacava os ofícios de padeiros e confeiteiros, enquanto o azul permitia reconhecer ofícios relacionados à madeira. E nas fachadas caem cascatas de gerânios, que devemos chamar aqui de pelargoniums porque esta palavra vem do grego e significa simplesmente… cegonhas, o outro emblema da Alsácia.

Colmar

Colmar continua a ser uma paragem obrigatória que pode ser visitada a pé ou de barco pelos canais da “Pequena Veneza”, deixando muito tempo para admirar as suas soberbas casas esculpidas com torreões, adornadas com empenas e esculturas policromadas que a tornam um admirável espaço ao ar livre museu.

Rota do vinho

Saindo da cidade, não faltam destinos de excursões para descobrir os arredores. A Rota dos Vinhos, por exemplo, é uma caprichosa faixa de 170 km onde as vinhas sobem a serra. É sobretudo uma oportunidade de atravessar aldeias maravilhosas que parecem saídas de um conto de fadas.

Kaysersberg

Kaysersberg, dominada por um castelo em ruínas, com suas ruas ladeadas de casas da Idade Média e do século XVI com fachadas cor de framboesa, pistache ou tangerina.

Ribeauvillé oferece um cenário pitoresco com suas torres dominadas por ninhos de cegonhas. O seu muito interessante Museu da Vinha e do Vinho explica as etapas da produção de vinhos de diferentes castas e oferece, no final da visita, uma prova de Riesling, Sylvaner ou Muscat, vinhos que tornaram a região famosa. E como bem disse o famoso estilista Christian Dior: “Um pequeno copo de vinho da Alsácia é como um vestido leve, uma flor primaveril. É o raio de sol que ilumina a vida.”

Finalmente, Riquewihr, a joia destas aldeias onde todas as antigas casas conservaram o seu esplendor do século XVI numa notável harmonia arquitetônica. Nesta rota, vale a pena parar o castelo de Haut-Koenigsbourg, empoleirado a 800 metros em um afloramento rochoso. Construída no século XII, e soberbamente restaurada, representa um exemplo de fortaleza medieval. Do cume, revela-se um magnífico panorama sobre a planície da Alsácia e seus vales. 

Castelo de Haut Koenigsbourg
Riquewihr

Estrasburgo fica a cerca de 500 km de Paris ou 1h45 de trem.

Fotos: © Alsace Turismo de Destino

Chantal Manoncourt

Parisiense, arqueóloga e jornalista, apaixonada pelo Brasil, já escreveu vários livros sobre turismo brasileiro.

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