Poço artesiano em condomínios: o que você precisa saber

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Por Claudenil Custodio

Crise hídrica, problemas no abastecimento de água, altos custos financeiros… Vários são os motivos que podem incentivar um condomínio a buscar seu próprio poço artesiano.

Mas o processo não é tão simples quanto parece e nem tão barato. Há um longo caminho a percorrer até que se tenha todas as condições necessárias e legais para iniciar uma obra dessa.

E se falando em condomínio, claro que a primeira tarefa do Síndico é chamar uma assembleia para aprovar a demanda, pois de nada adianta correr atrás de empresas, profissionais, orçamentos diversos, etc. e depois não ter o pleito aprovado. É claro que seria de bom tom se ter uma ideia de valor para posicionar a assembleia de quanto custará a obra, pelo menos em valores aproximados. Também seria legal demonstrar em quanto tempo o investimento pode se pagar.

Alguns profissionais entendem que primeiro se deve ir atrás de alguns orçamentos para submeter a aprovação da assembleia, porém, se a assembleia não aprovou nem a obra, de que adianta ter orçamentos? Pode ser um grande trabalho em vão!

Mas OK, a assembleia aprovou e agora? Agora começa o verdadeiro trabalho para viabilizar tudo. Diante disso relaciono um passo a passo para auxiliar os eventuais interessados:

1º passo: Montar uma comissão – O síndico deverá reunir o conselho e montar, juntamente com alguns condôminos que tenham interesse, uma comissão para viabilizar e acompanhar o processo até o final;

2º passo: Contratar a empresa – Selecionar algumas empresas de perfuração, no mínimo três, com registro no CREA e com profissionais habilitados que possam assinar toda documentação legal que envolve o projeto. As empresas deverão apresentar ao síndico/comissão um estudo de viabilidade juntamente com o orçamento. A comissão especialmente montada para acompanhar essa obra deverá analisar toda documentação e o orçamento, colher referências, realizar uma pesquisa completa sobre a empresa e, finalmente, contratar a que mais se encaixe no objeto do contrato, conciliando todas as informações cadastrais, experiência, referências, orçamento e condições de pagamento, dentre outros dados que possam ser importante para melhor qualificar a empresa vencedora e demonstrar que a comissão fez o seu trabalho.

3º passo: Licença ambiental – Aprovada a empresa que executará o serviço, deve-se providenciar a licença ambiental. Algumas empresas de perfuração já cuidam deste serviço, mas na maioria dos casos é o condomínio quem deverá providenciar;

4º passo: Perfuração – Com a empresa contratada e toda papelada em mãos é hora de começar a obra que pode demorar até 30 dias.

5º passo: Outorga – Com a obra concluída, é hora de obter o documento que garante o direito de utilização da água. Este documento tem validade de cinco anos e deverá ser renovado sempre que estiver próximo de vencer. Também deve ser providenciado a análise da água para garantir que seja boa para o consumo humano.

6º passo: Manutenção preventiva – Obra concluída e entregue, agora é só usufruir, mantendo a manutenção preventiva periódica do poço e equipamentos para se evitar problemas que venham causar interrupções no abastecimento da água. Testes de potabilidade devem ser feitos a cada três meses.

Dos custos de implantação e forma de pagamento de um poço artesiano:

O custo de implantação de um poço artesiano varia muito e depende de vários fatores, como por exemplo: a região, a profundidade, a vazão necessária, materiais e equipamentos a serem instalados, etc.

Por ser considerada uma obra necessária, o valor pode ser pago com recursos do fundo de reserva, desde que devidamente aprovado pela assembleia e a aprovação pode ser pela maioria simples (metade mais um dos presentes).

Prazo de retorno do investimento:

O prazo de retorno do investimento depende do consumo mensal, pois, quanto maior o consumo mais rápido o investimento se pagará. Já a economia nas despesas com água é imediata, podendo representar até 30% de economia mensal, segundo algumas empresas de perfuração.

Poço artesiano pode trazer economia financeira ao condomínio, mas é preciso seguir uma série de passos para isso.
Sem desperdício, mesmo com poço artesiano – Foto: Freepik

Economia financeira X economia de consumo:

Diminuir o custo com a água, infelizmente não quer dizer que haverá diminuição no consumo da própria água, tão importante nos dias atuais. Portanto, o síndico deverá manter campanha interna permanente para incentivar a comunidade condominial a poupar a nossa água de cada dia e assim podermos desfrutar de um planeta mais sustentável.

Boa semana!

Claudenil Custodio

Formado em Ciências Contábeis pela UEL, com especialização em Auditoria e Contabilidade Geral e em Contabilidade Gerencial e Societária, também pela UEL. Diretor da empresa Inadcon Contabilidade e Assessoria Condominial S/S Ltda. Contato: (43) 3329-5750  –  (43) 9 9996-0080. Me siga nas redes sociais www.grupoinovantes.com.br @inadconlondrina

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