Confira uma seleção de comidinhas que deixaram saudades e que os jovens de hoje podem nunca ter provado
Telma Elorza
O LONDRINENSE
Ninguém mais faz aqueles salgadinhos clássicos nas festas de hoje. Os chamados root (raíz, em bom português). Os aperitivos e lanchinhos estão cada vez mais sofisticados, com ingredientes e montagens esquisitos. Não que não sejam gostosos, mas aqueles das nossas festas de infância fazem falta também. Quem aqui não lembra dos canudinhos de maionese ou do olho de sogra caramelizado? Por onde andam?
Pensando nisso, fiz uma lista de petiscos que gostaria de ver de volta nas festas. Vamos fazer uma campanha para isso?
Bolo Salgado
O Bolo Salgado é um clássico injustiçado (embora, volta e meia, a gente faz por aqui. Meu filho ganhou um da tia, como presente de Natal, a pedido dele. HO!). Feito de pão de forma, maionese e batata palha, leva recheios variados. O tradicional da minha infância é de salsicha em lata (!) amassada com purê de legumes (vagem, batata, cenoura, chuchu, azeitona). Os mais recentes são feitos com peito de frango desfiado e legumes, coberto por purê de batata.
Barquinhas/canudinhos de maionese
Hoje, muito de vez em quando, aparece uma barquinha (chamada agora de barquetes) de massinha assada recheada com algum recheio exótico. Os buffets mais chiques servem com lagosta e outros quetais. Mas a barquinha/canudinho de maionese é imbatível na memória gustativa dos mais velhos.
Espetinhos no abacaxi
Lembra que sempre tinha um abacaxi (ou melão) cheio de espetinhos encravados nele? Era uma espécie de porta-espetinhos. E estavam em todas as festas. Os espetinhos eram variados, mas os mais tradicionais eram feitos de pedaços de queijo, presunto e azeitonas recheadas OU de salsicha e queijo. Ai, babei aqui!
Coquetel de camarão
Esse só era servido nas festas de ricos ou de quem queria ser chique, em taças de dry martini. Era muito gostoso e, praticamente, todo mundo adorava (menos os alérgicos). O creme era uma mistura de maionese, catchup e creme de leite, às vezes com um toque de mostarda ou conhaque. O destaque eram mesmo os camarões fritos ou cozidos no vapor, sem casca, saindo pela borda da taça.
Canapés de muçarela de búfala e tomate seco
Lembra quando chegou ao mercado as muçarelas de búfala e os tomates secos? Foi um auê, todo mundo achava chique e queria ter os dois em pratos nas festas. Logo surgiu o canapé (torrada) de muçarela de búfala com o tomate seco, numa combinação bem gostosa. Caiu em desuso porque comeram tanto que enjoou. Mas podia voltar com moderação, né? Agora é uma tal de burrata que tá na moda, mas, na minha opinião, não tem o mesmo sabor da muçarela de búfala.
Mosaico de gelatina
Campeão de presença nas festas porque era rápido e fácil de fazer, além de barato. Consistia em gelatinas de sabores variados cortadas em cubos e recobertas com um creme feito com creme de leite e leite condensado. Sucesso garantido, inclusive como sobremesa de domingo na casa da vó!
Olho de sogra
Gente, por que tiraram o olho de sogra das festas? O beijinho e o brigadeiro sobrevivem (embora em versões gourmet), mas o olho de sogra foi totalmente banido das festas. Aquele creme de leite condensado recheando as ameixas secas eram uma delícia. Depois, numa tentativa de gourmetizar o docinho, resolveram caramelizar ele e ficou uma perfeição. Mas, mesmo assim, ele não resistiu. Volta, olho de sogra caramelado! Às vezes você ainda encontra em algumas docerias, mas não é a mesma coisa que nas festas.
Bolo Floresta Negra
Gente, eu lembro exatamente quando comi, pela primeira vez, um bolo Floresta Negra. Foi num aniversário na casa da minha tia Oneide, que era uma doceira de mão cheia. Aniversário de quem eu não sei, mas o bolo glorioso de chocolate, chantilly e cerejas marcou minha vida. Virou, por muito tempo, meu preferido. Hoje não se acha nem nas docerias. É tudo trufa disso, trufa daquilo outro, chocolate não sei quantos por cento, enfim. O belo e honesto Floresta Negra sumiu!
Uma resposta
Olá Telma, que delícia relembrar os sabores de infância! O Bolo Floresta Negra hoje é uma mistura de tudo, menos chantilly e cerejas… rsss
Eu continuo fazendo a Floresta Negra clássica como aprendi com meu pai, camadas de chantilly com cerejas ao maraschino… a Confeitaria Clássica e Artesanal é uma paixão… ainda perpetuo a tradição, ingredientes selecionados e sem modismos ou pós de preparos.
Nossa geração realmente conheceu Delícias com sabores de verdade.
Rê (Regina) Jorge