Carolli é eleito melhor boteco de Londrina

Bar da Zona Norte foi o grande vencedor do concurso “Comida Di Buteco” e agora vai participar de etapa nacional.

Telma Elorza

O LONDRINENSE

Confesso que eu não conhecia a Lanchonete Carolli, localizada na Rua Arcindo Sardo,197, no Jardim das Américas, na Zona Norte de Londrina. O bar tem 23 anos e foi o grande vencedor do primeiro concurso “Comida Di Buteco”, realizado na cidade em abril, com seu prato “Coxinha Sem Massa”. O bar foi eleito, por júri e voto popular, o melhor boteco de Londrina, disputando com outros 13 bares – alguns bem famosos na cidade. A premiação foi na noite desta segunda (15), com a presença de todos os participantes, patrocinadores, jurados e imprensa. Em segundo lugar ficou NicoDemo’s Bar e Petiscaria e, em terceiro, Bar Brasil. Carolli vai disputar agora, com outros 24 bares de todas as regiões do país, o título de melhor boteco do Brasil.

O Carolli também ganhou outras duas categorias determinadas pelos patrocinadores. Foi um dos que mais vendeu cerveja Eisenbahn – juntamente com o Bar da Praça e Confraria 115 – e seu petisco Queijo Empanado com Frontera, outro patrocinador, ganhou o prêmio de melhor petisco criado com produto do patrocinador.

A proprietária do Carolli, Solange Carolli, disse que esperava ganhar. “Sonhei muito com isso, desejei muito isso e corri atrás”, disse. Segundo ela, o concurso foi realizado numa época difícil, enfrentando doenças de funcionários e até morte. “Mas Deus honra a gente, a gente tem fé, vai pra cima, não esmorece”, afirma. As várias premiações que seu estabelecimento ganhou são explicadas por ela por ser um “boteco de amigo”. “Nossos clientes são nossos amigos. Tem clientes de 14, 15, 20 anos, criançada que cresceu lá e hoje em dia me ajuda a recolher cadeira. E amor e carinho, na comida, no respeito dos cliente. É uma grande família”, explica.

E Solange não está nada assustada com a responsabilidade de representar Londrina na etapa nacional. “A gente vai continuar fazendo tudo igual e acho que tenho chances”, diz. Para ela, o concurso foi uma ótima divulgação. “A Coxinha Sem Massa está fazendo sucesso, continua saindo muito mesmo tendo acabado o concurso, tenho recebido novos clientes todos os dias, inclusive das cidades da região. Foi ótimo ter participado. E ganhado, claro”, afirma.

Para um dos organizadores do concurso, Felipe Pereira, essa primeira edição do “Comida Di Buteco” em Londrina foi um sucesso. “A gente chegou a ter 15 participantes, mas infelizmente um deles acabou fechando as portas antes de começar o concurso, mas a resposta que tivemos foi algo realmente muito bom”, diz. A equipe já está está preparando a próxima edição, que será realizada só no ano que vem. “Queremos mais participantes, a primeira edição é sempre menor porque os donos de bares, principalmente os pequenos, de bairro, têm dificuldades com as novidades. Mas a próxima edição já está confirmada, começa dia 5 de abril de 2024, e estamos muito animados para maior adesão”, diz.

O “Comida Di Buteco” foi realizado em 25 cidades brasileiras, em todas a regiões do País. E o que eu, particularmente, achei mais interessante é que os botecos não pagam nada, não tem despesa nenhuma, para participar. Eles apenas devem elaborar um prato com a temática do ano (esse ano foi ervas e especiarias) a preço fixo, utilizar os banners e bandeirolas do concurso, manter as cédulas de votação e urnas e vender a cerveja do patrocinador. O público consome e vota em quatro quesitos: petisco, higiene, temperatura da bebida e atendimento. Os jurados escolhidos, sem se identificar, visitam o local e analisam os mesmos itens. “O objetivo do concurso é esse: resgatar os butecos (com U mesmo) autênticos, aqueles que todo mundo tem no coração. E, com isso, transformar vidas através da cozinha raiz, do buteco raiz. Não importa se é um local simples ou mais sofisticado, o que importa é que a família trabalhe lá”, explica Pereira.

A busca pelos próximos participantes da edição 2024 já começou. “O critério básico são os donos estarem à frente do negócio e ter, no máximo, duas casas. A gente não cobra taxa de inscrição nem taxa de merchandising, nada. O concurso sobrevive com nossos patrocinadores. É uma grande corrente do bem: o boteco está feliz, a marca está feliz e quem fica mais feliz ainda é o público”, afirma.

Foto: Coxinha sem massa/Facebook Carolli