A primeira ação será a realização de um hackathon, dentro do Agrobit, utilizando a base de dados do Inmet
Equipe O LONDRINENSE com assessoria
Durante sua visita à ExpoLondrina, na tarde de segunda-feira, 8, para participar do Fórum do Agronegócio, a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tereza Cristina, anunciou que a cidade será o primeiro polo tecnológico do agronegócio do país. O anúncio da ministra é uma resposta à visita de uma comitiva com representantes de várias instituições londrinense, liderada pelo Sebrae, na semana passada, à Secretaria de Inovação do Mapa.
A primeira ação para a instalação do polo tecnológico será a realização de um Hackathon , utilizando a base de dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), dentro do 2º Agrobit, evento nacional de tecnologia e inovação do agronegócio. A segunda edição do Agrobit será realizada em novembro. A ideia é que Londrina irradie tecnologia e implemente várias novas tecnologias em Agtechs no Estado. “Londrina foi a cidade escolhida para sediar um grande hackathon”, declarou a ministra, acrescentando que já existe um comprometimento da deputada federal Luiza Canziani, que irá apresentar uma emenda para viabilizar o polo. Luiza, que integrou a comitiva londrinense que esteve no Mapa, acompanhou a ministra em Londrina.
A comitiva londrinense apresentou o projeto de Ecossistema de Inovação em Agronegócio e a SRP Valley, da Sociedade Rural do Paraná, aos representantes da secretaria de inovação. “Ficaram impressionados com o nosso sistema”, afirmou o gerente do Sebrae, Fabrício Bianchi. Segundo ele, no próximo domingo, o coordenador geral da Secretaria de Inovação do Mapa, Benedito João Gai Neto, estará na ExpoLondrina participando da banca do hackathon que acontece pelo quarto ano consecutivo na feira.
A ideia, segundo Bianchi, é que o Inmet disponibilize todos os dados para que as startups do agronegócio incrementem suas plataformas.
PLANO AGRÍCOLA
Sobre o Plano Agrícola e Pecuário, a ministra disse que está pleiteando uma subvenção maior para atender uma base mais ampla de agricultores. “No plano deste ano, que ainda está vigente, tivemos R$ 440 milhões, é muito pouco. Não atende a agricultura. A gente está aperfeiçoando, queremos aumentar. Este ano estamos pleiteando R$ 1 milhão, porque este é um valor que dá mais segurança, inclusive para as instituições privadas que vão querer colocar dinheiro na agricultura”, disse.
FRETE
Para a ministra Tereza Cristina, a tabela de frete hoje é prejudicial aos caminhoneiros e ao setor produtivo em vários segmentos. “O assunto frete é muito complexo, você atende várias cadeias produtivas do petróleo, do agronegócio, carga frigorificada, enfim é um setor muito amplo. E essa tabela hoje traz distorções para alguns setores. Hoje o setor de grãos é um dos mais desfavorecidos com a tabela”, enfatizou.
Segundo ela, as empresas que precisam transportar estão comprando caminhões e deixando os autônomos parados.
Para corrigir a distorção da tabela, que teve aumento de mais de 40% no caso da agricultura, está sendo elaborada uma nova tabela pela Esalq/Usp. “O governo vai avaliar e em maio vamos divulgá-la. Mas, é sempre uma tabela, uma coisa engessada que pode, uma hora tá bom para um lado e outra hora, bom para outro. O mercado é soberano, o ideal era acabar, tanto é que o Supremo está analisando se é constitucional ou não. Hoje o modelo é ruim para todos”.
ÁRABES
Questionada se teme algum prejuízo nas relações comerciais com os países arábes, a partir da visita do presidente Bolsonaro, que estreitou laços com Israel, a ministra disse que “depende da interpretação”. “Vou ter um jantar com 51 embaixadores árabes nesta semana. O presidente sempre deixou claro sua aproximação política e ideológica com Israel. Uma coisa é essa identificação, outra é o comércio. Israel é um país pequeno, e nós temos muito que trazer de Israel, tecnologia, intercâmbios, mas na parte de vendas nós temos os países árabes que são importantíssimos e amigos comerciais do Brasil há muitos anos”.
AFTOSA
Sobre o fato de o Paraná se tornar área livre de febre aftosa sem vacinação, ainda este ano, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), a ministra disse que esta é uma decisão difícil de ser tomada. “O Brasil está livre do vírus da aftosa há muitos anos, não tem porque ter este temor. O calendário dos estados foi prorrogado por seis meses, porque nossa preocupação é que os eles (Estados) não façam o dever de casa, nós só vamos liberar quando tivermos segurança” . Para ela, o governo tem que sentar com a iniciativa privada e tomar uma decisão.
Foto: Rubem Vital/ExpoLondrina