Para o londrinense, trata-se de uma doença sem cura, mas é possível dar a volta por cima com a ajuda de irmandades e clínicas especializadas
Eu recomendo mais atenção à questão da dependência química, uma doença que não tem cura. Trata-se de uma doença comportamental. Descobri que eu era dependente químico de drogas, por volta de 2010/2011. Comecei com a maconha, depois veio a cocaína e acabei conhecendo o crack; cheguei ao fundo do poço.
É uma doença silenciosa, que “pega” aos poucos com a euforia e, quando menos se espera, derruba qualquer pessoa. A dependência química acaba com a sua vida e com a vida de seus familiares, que se tornam codependentes. Volto a frisar: é uma doença ardilosa e incurável, mas há recuperação. Há salvação, seja através dos Narcóticos Anônimos ou através de internação em clínicas especializadas.
Recomendo aos pais e mães que acompanhem o desenvolvimento de seus filhos para que não se tornem dependente do álcool ou de drogas como o crack. Ainda mais com “informações” tão fáceis disponibilizadas pela internet, inclusive. Estou em recuperação, há meses estou limpo. Atualmente, sou voluntário da Clínica Coração de Maria, em Garça (SP), onde eu me tratei algumas vezes.
Não tenho vergonha de fazer esse relato. Farei quantas vezes for preciso para auxiliar alguém que enfrenta a dependência química. A recuperação é possível, sim. (André Bertin, profissional liberal e voluntário na Clínica Coração de Maria)