Sobre respeitar a personalidade do seu filho

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Uma maçã não cai longe da árvore… Filho de peixe peixinho é… quem nunca ouviu nem falou uma dessas frases?! Mas não é bem assim. Quantas vezes os pais ficam perdidos porque não sabem lidar com a personalidade do filho, tão diferente da sua?

Aqui em casa, eu e meu marido somos super expansivos. Meu marido, mais do que eu, gosta de puxar conversa em todos os lugares que vai – posto de gasolina, mercado, consultórios, elevadores…Temos muitos amigos e sempre estamos dispostos a reunir pessoas para conversar, dar risada e contar histórias…

Rafa, nosso primeiro filho, é assim desde sempre. Ele puxa papo com todo mundo. Gosta de conversar com crianças e adultos, contar histórias com muitos detalhes, e também faz perguntas e se interessa pelas pessoas. Nunca precisei falar para ele “filho, cumprimenta o fulano”, ou “Rafa, chama o amiguinho para brincar”. Ele sempre fez essas coisas de forma natural.

E aí tivemos o Biel. Biel mal falava com as pessoas da família, quanto mais com desconhecidos. Ele é extremamente doce e engraçado, mas guardava uma timidez que eu realmente não sabia de onde tinha saído. 

Quando percebi que ele teria uma personalidade diferente do irmão, resolvi nunca forçá-lo a ser igual o Rafa. Eu incentivava a conversar, mas se ele não queria não repreendia nem brigava. “Biel, dá oi!”, e ele virava a cara. Paciência. Ele tinha menos de três anos e estranhava pessoas desconhecidas. Na minha cabeça, o adulto que tem que entender que ele ainda não era sociável. 

Tinha dia que ele dava oi, tinha dia que ficava mudo e escondia o rosto, e eu agia como se estivesse tudo bem… nem foto ele gostava de tirar. Teve uma época que sempre que fazíamos foto de família ele estava com a mão no rosto.

Era difícil para entender porque ele era assim sendo que a família toda era diferente, mas entendi que, apesar de ser meu filho, ele não era obrigado a ser igual a mim. Eu pensava que ia ensinar ele ser educado quando chegasse a uma idade adequada, mas antes dos três anos ele daria oi ou não apenas se quisesse e se sentisse a vontade para isso. 

E então, talvez por nunca termos forçado, ele começou a imitar o Rafa. O mais velho dava oi, ele também dava. Começou a conversar com mais crianças e hoje está super sociável. 

Tente nunca forçar seu filho a ser uma pessoa diferente do que ele é. Se ele é tímido, ajude e explique que é importante ser sociável e ter amigos, mas nunca imponha um comportamento que não é natural. Com o tempo se você respeita-lo pode ser que ele mude. Mas forçar pode virar um trauma. 

Paula Barbosa Ocanha 


Jornalista, casada, trinta e poucos anos, dois filhos e apaixonada por educação infantil. Mesmo antes de casar, eu lia e me interessava por técnicas de educação, livros de pedagogia e questões sobre o desenvolvimento humano, principalmente na primeira infância. Com essa coluna, gostaria de relatar minhas experiências pessoais. E assim espero lhe ajudar, de alguma forma, a passar mais facilmente por essa linda (e assustadora) jornada da maternidade! Vem comigo e me siga também no Instagram @mamaepata


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