Antigamente, um único professor lecionava todas as disciplinas para os alunos, muitas das vezes na casa do próprio estudante ou em ambientes como a biblioteca ou até mesmo a igreja. Era uma educação elitizada, para poucas pessoas: filhos de nobres, gente que tinha posses. É esse tipo de ensino que chamamos de Educação 1.0. Já estamos na 4.0, mas, vamos ver como chegamos até aqui e quais são os desafios e obstáculos que ainda nos impedem de coloca-la em prática totalmente.
Já na Idade Moderna, em meados do século XVIII, a Revolução Industrial trouxe um novo conceito: a produção em série, em massa. Na indústria, isso significa produzir vários produtos ao mesmo tempo, de forma mecanizada e rapidamente. Henry Ford e Frederick Taylor aplicaram esse modelo industrial nos Estados Unidos, potencializando e desenvolvendo a indústria norte-americana. Na escola, isso representa uma capacitação em massa, a partir de quando os professores passam a dar aulas para dezenas de alunos ao mesmo tempo. As atividades escolares, assim como as industriais, são repetitivas e mecânicas. E até mesmo o sinal de entrada, saída e intervalos são exatamente iguais aos de uma fábrica.
Essa é a Educação 2.0, cujos resquícios permanecem até hoje em nossos dias, muito embora já tenhamos passado para a Educação 3.0, no limiar do século XXI. O ensino e o aprendizado se transformaram pouco a pouco, dando mais protagonismo ao aluno, mesclando o ensino presencial com o à distância e incluindo novos recursos tecnológicos. Mais uma vez, a Educação 4.0 segue a tendência de uma nova Revolução Industrial, chamada também de Revolução Tecnológica ou Digital.
Nesse aspecto, o importante não é mais o que é ensinado. Mas, como se ensina o conteúdo aprendido. O foco está no processo, na experiência, na vivência do aluno. Tanto que os currículos escolares se fundamentam nas habilidades e competências dos estudantes, conhecidas como soft skills, muito mais importantes que o conhecimento em si, totalmente disponível na internet. Essas habilidades é que são preconizadas pelo mercado de trabalho: comunicação, desafios, vencer obstáculos, tomada de decisões, pensamento criativo, entre outras. É isso que é mais importante na Educação 4.0.
Ainda estamos distante de aplicar totalmente as características desse modelo de ensino. Afinal, ainda há muita gente ligada ao passado, desde professores até equipe pedagógica. Entretanto, quem não se atualizar vai ficar para trás. A hora é agora!
Foto: Pixabay
Tiago Mariano
Formado em História pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), pós-graduado em Ensino e História. Atualmente ministra aulas no Colégio Estadual Olavo Bilac, em Cambé, no Colégio Maxi, em Londrina, e é coordenador pedagógico da startup londrinense EducaMaker. Em 2018, foi premiado pela Google for Education (2018) com o primeiro lugar nacional no Programa Boas Práticas pela criação de um método de formação de alunos de alta performance.