Os cursos que formam professores estão preparando docentes 4.0?

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As mudanças que a educação 4.0 está promovendo na gênese do ensino e nos anos subsequentes é impressionante. Digo sobre a educação infantil, o ensino fundamental até o médio. Isso está atingindo também o ensino superior. As universidades também estão adotando modelos educacionais e de aprendizagem disruptivos, que priorizem a personalização. Claro que o avanço ainda é meio tímido, mas, isso será uma realidade muito presente nos bancos das faculdades tão logo.

Entretanto, a pergunta que me fizeram dia desses foi: será que nossos professores estão sendo preparados para aplicar a educação 4.0? Uma pergunta que nos leva a reflexões profundas. E a constatações não tão agradáveis assim. Nossos pedagogos, muitas das vezes, têm contato com as mais importantes teorias e pedagogias do mundo. Autores importantes, incluindo nosso Paulo Freire. Todavia, nem sempre são levados a utilizar a tecnologia a seu favor, como forma de potencializar o seu trabalho.

O fato é que não são apenas os pedagogos envolvidos nesse processo educacional. Dezenas de outros cursos superiores habilitam e licenciam seus profissionais para dar aula por aí. Então, temos professores que vieram não apenas do curso de pedagogia, mas, sobretudo, de cursos como matemática, física, ciências sociais, filosofia, biologia, geografia, arte, entre outros. É aí que pode residir o problema: se nossos cursos que formam professores ainda têm dificuldade em adaptar seus currículos, imagine os cursos que não específicos para a formação docente?

Os cursos superiores que não focam na formação docência e apenas licenciam seus profissionais habilitando-os a dar aula, simplesmente tratam dessa questão de forma “en passant”, ou seja, muito rapidamente, de passagem. Portanto, não aprofundam nem mesmo as novas tecnologias no processo educacional ou as novas configurações da sala de aula, e assim por diante. Para nossa sorte, a geração de estudantes universitários chegando a esses cursos já tem, de forma intrínseca, a tecnologia como fonte de informação e como compêndio da própria vida. Aí tudo fica mais fácil. De novo, no entanto, a mudança é provocada a partir da geração e estudantes. Vem de baixo.

Foto: Pixabay

Tiago Mariano 

Formado em História pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), pós-graduado em Ensino e História. Atualmente ministra aulas no Colégio Estadual Olavo Bilac, em Cambé, no Colégio Maxi, em Londrina, e é coordenador pedagógico da startup londrinense EducaMaker. Em 2018, foi premiado pela Google for Education (2018) com o primeiro lugar nacional no Programa Boas Práticas pela criação de um método de formação de alunos de alta performance.

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