Por Rogério Rigoni
Fala meninas e meninos do ROCK!
Bom, como eu já falei em matérias anteriores, minha infância foi toda na Vila Casoni, na casa de minha tia na rua Amapá. Lá as coisas aconteciam, eram uma diversão só. Lá brincávamos na rua de manhã até à noite, andávamos de bicicleta, brincávamos de esconde-esconde, pega-pega, mãe da rua, vôlei no beco de baixo que era onde alguns amigos moravam. Andávamos de carrinho de rolemã, caçávamos morcegos, jogávamos bola na chuva.
Era uma época mágica, não existia celulares nem tão pouco internet. Nossa turma era grande e as turmas mais velhas nos chamavam de “turma da Xuxa”. Quanta maldade, não era bem assim, o que a gente menos assistia era a Xuxa, apesar dos nossos 11, 12 anos. Mas ninguém se importava, o que a gente queria mesmo é se divertir, até relógio de luz a gente desligava a noite e saia correndo!
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Eita, época boa, todo mundo inocente descobrindo o mundo, não tinha nem briga. Todos nós nos entendíamos muito bem, tudo era decidido num uníssono, não tinha essa de divisão, até casa na árvore nós fizemos!
Até que um dia, um apareceu com uma roldana e uma corda, subimos em um pé de manga onde ficava a casa, amarramos a gorda em um galho e ficamos a tarde inteira descendo de tirolesa.
Hoje em dia não existe mais isso, as crianças só ficam nos celulares e computadores. Na praça na frente de casa tem dois balanços e adivinha quem brinca neles? Os adultos!
Quando completei meus 15 anos e já tinha escutado muita banda e cantores, meu interesse pelos shows que vinham a Londrina começaram a me interessar. Como eu não tinha idade para ir, ficava alugando meus primos para me levarem e meu pais para me deixarem ir e dava certo. Fui na Rita Lee, Lulu Santos, Titãs, Barão Vermelho com Cazuza, Milton Nascimento, Blitz, Paralamas do Sucesso e outros tantos que não me lembro mais.
Até que, num belo domingo de sol, eu e meus primos e amigos estávamos reunidos na calçada e chegou um amigo com um apelido estranho (Pomadinha). Esse apelido se deve a um jogo de futebol que ele se machucou e pediu se alguém tinha uma pomadinha para passar na perna rsrs.
Pomadinha falou que a noite iria passar, no cine Vila Rica (na época não existia o cine Londrina), Pink Floyd The Wall, o filme, sessão única. Meus primos olharam um para a cara do outro e falaram: Nós vamos! É claro que eu me intrometi e falei: Eu também quero ir, vocês vão ter que me levar.
Eles concordaram, apesar do filme ser para maiores de 18 anos, mas eu não queria nem saber, queria ir de qualquer jeito pois o disco eu já conhecia de cabo a rabo, mas o filme…
Anoiteceu e lá fomos nós. Quando chegamos ao cinema já estava lotado de gente do lado de fora, o filme era de graça e esperamos a catraca abrir. Eu estava só pensando como iria entrar sendo menor.
Mas era tanta gente, mas tanta gente que eles tiveram que abrir a passagem. Eu me agachei no meio da multidão e entrei. Não tinha mais lugar para sentar, tivemos que sentar no chão em frente ao telão.
Quando o filme começou, eu pirei. Aquelas imagens, aquele som, todas as letras traduzidas, foi um nó na minha cabeça, pois era a primeira vez que eu entendia as letras.
Foi nessa mão que comecei a entender um pouco mais o disco, o que ele queria dizer, mas confesso que na época não entendia certas coisas, depois meus primos me ensinaram as partes que não conseguia entender.
Que noite mágica! Eu assisti Pink Floyd no cinema com 13 anos! Mais uma história para contar, fora os shows. Que infância linda que eu passei. Nessa época, eu não me arrependo de nada, a não ser no Parque de Exposições quando tinha 13 anos e ia rolar o show da Blitz 3.
Não era acostumado a beber e nós estávamos na barraca da veterinária, comecei a bebiricar um pouco de caipirinha de pinga, cerveja e quando levantei: bum! Cai no chão em coma alcoólico. Conclusão, acabei com o show de algumas pessoas que me ajudaram nessa aventura nada agradável. Mas isso fica para outra coluna.
Um “Pusta” abraço a todos, bom resto de semana e…
BORA PRO ROCK!
Rogério Rigoni

“FALA, MENINAS E MENINOS DO ROCK”! Assim começa o programa o DNA Rock Brasil, pela radio web Antena Zero, de São Paulo! Sou um dos apresentadores e falo do que amo desde que me conheço por gente: música! E se for autoral, melhor ainda! E já que não tive uma banda, me realizo falando e escrevendo sobre rock and roll! Punk de alma e de coração, vivendo em paz ! E…BORA PRO ROCK! Me sigam no Instagram: @historias_de_roc
Foto: Reprodução da internet
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