Por Rogério Rigoni
Fala, meninas e meninos do rock!
Cara, quem curte entrar em um sebo e ficar viajando nos acervos?
Ontem, eu e a Ângela fomos ao centro resolver uns problemas. Não sei se vocês sabem, mas meu celular foi destruído e perdi todos os meus contatos no WhatsApp. Fomos em uma loja para ver o que poderia ser feito, se teria algum jeito de recuperar os dados, mas infelizmente não deu. Todo o trabalho que eu tive de conseguir os contatos das bandas para o DNA Rock Paraná e Brasil foi perdido. Tá, mas o que isso tem a ver com o sebo? Do lado da loja de celular tinha um sebo, eu e a Ângela olhamos um para cara do outro e não precisamos falar nada, entramos no sebo. Ângela foi para os livros e eu para os discos e lá ficamos por algum tempo, babando nos acervos.
Eu comecei pelo rock nacional, olhando um por um, de A a Z. Depois fui para os internacionais, fazendo a mesma coisa.
Que delícia! Tinha até me esquecido de como eu gosto de passear pelo sebo sem pressa, só curtindo e babando nos discos, alguns fizeram e alguns ainda fazem parte da minha coleção pessoal. A única coisa foda de se entrar no sebo é, quando você não tem grana, fica complicado. É tanta banda massa, tantos discos fodas, tantas raridades que eu fico putão de não poder levar tudo que eu quero.
Isso acontece com a Ângela também. Ela é apaixonada por livros e está no paraíso, a única coisa que falta é o tal do din-din.
Mas valeu a pena, deu para gente sonhar bastante e até adquirir um livro e um disco.
Ângela comprou Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll. Lewis (1832-1898) foi um poeta, romancista e matemático inglês. Alice no País das Maravilhas é sua obra mais famosa e, de tão singular, gera inúmeras teorias sobre a sua vida, a inspiração para Alice e a criação de suas histórias.
E falando de Lewis, não podemos esquecer de Sir John Tenniel (1820-1914) que foi um ilustrador inglês. Seu trabalho mais conhecido são as ilustrações para as obras de Lewis Carroll. Tenniel nasceu cego de um olho, mas era conhecido por sua memória fotográfica prodigiosa, pois desenhava sem modelos.
Quem lembra de Vange Leonel (04/05/1963 -14/07/2014)? A primeira música dela que vem na cabeça é a famosa “Noite Preta”. Talvez, alguns a conheçam só por causa dessa música, que foi tema de alguma novela chata da TV que não lembro o nome.
Mas Vange Leonel não foi só movida por esta música, ela teve uma banda, de 1985 a 1989, chamada banda NAU.
Mas antes vamos falar um pouco sobre a Vange Leonel.
Ela foi cantora-compositora, guitarrista rítmica, jornalista, blogueira, cronista, romancista, dramaturga, somelier de cervejas e ativista feminista LGBT brasileira.
Vange conheceu sua namorada, a jornalista Cilmara Bedeque, em 1986. Desde então, viveram juntas, até a morte de Vange, em 2014, após intensa luta contra um câncer de ovário.
Voltando a banda NAU. Cara, eu prefiro a Vange nessa fase, do que em carreira solo. O disco intitulado “Nau” é um puta disco foda! Pena que as vendas não foram boas. Talvez pelo pouco interesse da gravadora na divulgação, já que o disco estava bem à frente do que estava rolando na época. O disco está disponível no YouTube, quem tiver a curiosidade de ouvir a banda NAU, não vai se arrepender.
Enquanto a Ângela escolhia seu livro, eu achei um disco da NAU, nem pensei duas vezes e já separei, um disco da NAU por R$15,00! Esse tinha que ser meu!
Chegando em casa, fui ver melhor o disco e para minha surpresa era uma “amostra invendável” . Na verdade, não era o disco completo e sim um single lado A lado B com a mesma música: Corpo Vadio. Uma grande coincidência, pois Corpo Vadio foi o primeiro som que eu ouvi da banda, então “tá valendo!” O mais legal de tudo isso é que eu nunca tinha visto um single em formato de LP, com a mesma música dos dois lados, só em EP e cada lado com uma música diferente. Agora eu tenho uma raridade nas minhas mãos, de 1986.
Quem tiver a oportunidade e curiosidade, entre em um sebo. Vocês não vão se arrepender.
Bora pro sebo comprar vinil e livros?
BORA PRO ROCK!
Rogério Rigoni
Foi comerciante a vida toda, se rebelou e assumiu seu lado de escultor. A música que sempre foi sua paixão! Rock and roll na vida e na arte!
Foto: reprodução da Internet