Por Flávio Caetano de Paula Maimone
Em meio às discussões mundiais sobre redução de emissão de CO2, desmatamento, consumo de combustíveis e de carne, poluição e tantas questões ambientais, precisamos refletir sobre nosso papel na manutenção e melhoria do mundo, das condições de vida de todos os seres.
E, dizemos isso, justamente na condição de consumidores. Será que pensamos no ato da compra? Além de reflexões sobre preço e qualidade do produto ou serviço, pensamos se o fabricante tem preocupação ambiental, pensamos na embalagem e no tanto de lixo que nós estamos produzimos?
O simples ato de decidir se e o quanto comer carne reflete no mundo. Podemos decidir que não pensaremos nisso. Mas, hoje as informações estão disponíveis para demonstrar que a decisão individual de consumo (ou de não consumo) traz reflexos na coletividade.
Como abordado pelo Jornal O Londrinense, precisamos repensar o consumo para salvar o planeta. O próprio Código de Defesa do Consumidor, com a alteração trazida pela Lei Claudia Lima Marques, passou a estabelecer como princípio, no artigo 4º, inciso IX: “fomento de ações direcionadas à educação financeira e ambiental dos consumidores”.
Efetivamente, o que compramos, de quem compramos e o que fazemos com os produtos comprados depois do uso (descarte, utilização, reutilização, reaproveitamento, reciclagem) são decisões que precisam estar em nosso cotidiano.
Antes de comprar, temos que pensar se realmente precisamos daquele produto. Por exemplo, podemos reduzir o consumo de carne vermelha de sete para quatro, cinco dias na semana? Quem sabe, mais do que isso. Mas, não só no consumo de alimentos, precisamos valorizar empresas e produtos que se preocupam, respeitam e investem no meio ambiente.
Durante a compra e durante o consumo, quanto de lixo estamos produzindo? Para após a compra, precisamos continuar a pensar e a refletir: qual o destino desse produto, das embalagens…
Enfim, além de realmente cobrarmos autoridades para que promovam cuidado, melhoria e fiscalização para resguardar o meio ambiente, temos que pensar em nossos atos que não são nada individuais. Podem parecer individuais, mas os atos de consumo têm origem e destino que impactam em muitas outras pessoas e vidas.
Flávio Caetano de Paula Maimone
Advogado especialista em Direito do Consumidor, sócio do Escritório de advocacia e consultoria Caetano de Paula & Spigai | Mestre em Direito Negocial na Universidade Estadual de Londrina (UEL). Diretor do Instituto Brasileiro de Política e Direito do Consumidor (BRASILCON). Professor convidado de Pós Graduação em Direito da UEL. @flaviohcpaula
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