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Sexo, uma questão filosófica

Por Fábio Luporini

O sexo está em torno da vida em sociedade muito mais e de uma maneira diferente da qual os puritanos gostariam. Ou, até mesmo, justamente por conta dos conservadores e adeptos da família tradicional que, de maneira velada, discursam de um jeito e o praticam de outro. O fato é que é preciso normalizar conversar sobre o tema. E existem variadas formas de fazê-lo. No último fim de semana, por exemplo, assisti a duas séries da Netflix que ajudam a fazer isso: Heartstooper e Disque Prazer.

A primeira, uma série de televisão britânica, leva à cena um drama adolescente LGBT, cheia de personagens e seus conflitos e descobertas. A segunda, traz à tona a Amsterdã dos anos 1980/1990 e a vida de uma mulher que descobre a promissora carreira de atendente de telessexo. Nas duas, situações e conceitos que deveriam ter sido desmistificados há muito tempo. Se uma esbarra no conservadorismo da época, a outra enfrenta os preconceitos contemporâneos.

Entretanto, embora negligenciado ao longo dos séculos, o tema deveria ser mais recorrente no pensamento filosófico. Nietzsche, Schopenhauer e Foucault são alguns dos filósofos que se debruçaram sobre o tema, apesar de não terem se aprofundado muito nele. De qualquer maneira, uma revisão de pensamento seria mais que necessária hoje em dia. Afinal, práticas milenares ainda seguem sendo notícias e estampando manchetes por aí, tal qual a bissexualidade da atriz Fernanda Souza, que assumiu um namoro com uma mulher.

Tá. E daí? Por que isso é notícia? Pelos critérios jornalísticos, um fato vira notícia quando há um ineditismo, por exemplo, entre outras características. Todavia, o fato de uma mulher que já foi casado com um homem começar a namorar outra mulher não deveria mais ser novidade. Deveria ser normal. Apesar disso, a ação de Fernanda Souza contribui mais para a sociedade que o fato de o sexo ou a sexualidade serem não temas na filosofia, ou seja, carecerem de discussões mais racionais e menos prejudicadas pelas visões e ideologias de mundo. A filosofia deveria desbravar o tema e trazer mais luz à questão.

Fábio Luporini

Sou jornalista formado pela  Universidade Norte do Paraná e sociólogo formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) . Fui repórter, editor e chefe de redação no extinto Jornal de Londrina (JL), atuei como produtor na RPC (afiliada da TV Globo), fundei o também extinto Portal Duo e trabalho como assessor de imprensa e professor de Filosofia, Sociologia, História, Redação e Geopolítica, em Londrina

Foto: Pexels

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