Por Fábio Luporini
“O coração tem razões que a própria razão desconhece”, disse o filósofo francês Blaise Pascal (1623-1662). Ao dizer isso, ele eternizou uma das mais famosas e célebres frases, hoje utilizadas para definir o amor. Por isso, nossa reflexão se debruça sobre o significado e a essência dela. Afinal, que razões são essas? De fato, o amor tem razões?
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Blaise Pascal quis dizer que há uma diferença entre o racionalismo e o empirismo, duas correntes filosóficas, a primeira que valoriza a razão e a segunda que valoriza a experiência. Ou seja, a razão é uma maneira de enxergar o mundo, assim como as paixões e sentimentos humanos tem sua própria maneira de compreender a realidade. Segundo o pensador, cada uma delas tem seu valor e sua importância.
Talvez seja por isso que racionalmente não consigamos entender muitas decisões tomadas emocionalmente. Seja para o bem, seja para o mal. Vou dar alguns exemplos hipotéticos. Um deles é o fato de muitas pessoas escolherem namorados aparentemente inusitados. Você já deve ter ouvido falar: “tão bonito(a) e namora uma pessoa tão feia” ou “tão legal e está namorando alguém tão chato”.
Entretanto, racionalmente, também não conseguimos compreender muitas razões pelas quais diversas pessoas permanecem em relacionamentos tóxicos, alguns a ponto de se tornarem violentos, agressivos e perigosos. Complicado entender certas coisas. Talvez se pudéssemos adaptar o significado da frase e do pensamento de Pascal para os dias de hoje, diríamos que exatamente isso, mas, entendendo que nem sempre é possível entender os outros.
Afinal, o coração tem razões, explicações, motivos e significados que, racionalmente, jamais conseguiríamos entender, compreender ou aceitar. E é assim, embora em muitos relacionamentos isso seja ruim. Entretanto, ao compreendermos esse pensamento, talvez conseguiríamos resolver grande parte dos problemas que vemos entre os casais.
Fábio Luporini
Sou jornalista formado pela Universidade Norte do Paraná e sociólogo formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) . Fui repórter, editor e chefe de redação no extinto Jornal de Londrina (JL), atuei como produtor na RPC (afiliada da TV Globo), fundei o também extinto Portal Duo e trabalho como assessor de imprensa e professor de Filosofia, Sociologia, História, Redação e Geopolítica, em Londrina.
Foto: Freepik
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