Por Fábio Luporini
O mundo ansioso em que vivemos não ficará melhor com o tempo. A afirmação do filósofo e professor Luiz Felipe Pondé não significa um pessimismo, mas, uma constatação. Isso porque, segundo ele, a ansiedade é fruto de um modo de organização social, de uma cultura que vivemos a partir dos avanços e desenvolvimento tecnológicos. E essa maneira que a sociedade se organiza não tende a ser diferente nos próximos anos, por isso, a tendência é que o mundo continue ansioso.
Pondé esteve em Curitiba, Londrina e Maringá semanas atrás para falar a teatros lotados e plateias atentas pelo Ciclo de Palestras CBN, na 17ª edição. E disse que, hoje, a saúde mental é uma das grandes fronteiras do capital, gerando muito dinheiro e lucro, da indústria ao varejo, da mais tenra idade à longevidade. Também por isso é que, talvez, a ansiedade seja apenas mais um produto para o qual existem inúmeras soluções mercadológicas que se podem comprar nos supermercados, nas farmácias, nas prateleiras, na internet.
Nesse sentido, o mundo ansioso não é ruim. Ou melhor, é uma realidade aproveitada pelo mercado. É resultado de um modo de vida, do ponto de vista filosófico. Afinal, o principal núcleo gerador de ansiedade é o período histórico que chamamos de Modernidade, que teve início em fins da Idade Média e início da Revolução Industrial e que se renova de tempos em tempos, o qual vivemos até os dias de hoje.
Tem solução? Pondé é enfático ao dizer que não. A ansiedade não vai mudar. Então, o importante é encontrarmos formas e maneiras de driblarmos essa ansiedade, de modo pessoal e particular, porque, coletivamente, ela continuará sendo “o mal do século”, a realidade da sociedade. Entre as maneiras de driblar a ansiedade estão a desaceleração da vida, minimizar o uso das redes sociais e dos aparelhos eletrônicos que mediam a vida e as relações sociais, além de diversas outras estratégias.
Viajar, por exemplo, é uma das mais eficazes formas de minimizar o impacto da ansiedade. Gastar tempo de qualidade com os amigos, a família e as pessoas que nos fazem bem também é uma estratégia. Cada um vai encontrando na sua rotina e nas suas possibilidades o que melhor se pode fazer.
Fábio Luporini

Sou jornalista formado pela Universidade Norte do Paraná e sociólogo formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) . Fui repórter, editor e chefe de redação no extinto Jornal de Londrina (JL), atuei como produtor na RPC (afiliada da TV Globo), fundei o também extinto Portal Duo e trabalho como assessor de imprensa e professor de Filosofia, Sociologia, História, Redação e Geopolítica, em Londrina.
Foto: divulgação
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Uma resposta
Fantástica essa coluna Professor e amigo Fábio Luporini! Com certeza expressa muito bem a realidade que vivemos e que viveremos!
Grande abraço e sucesso sempre!!!