O casamento ultrapassa fronteiras e credos, sendo um importante acontecimento social em diferentes tipos de sociedades e para divergentes religiões. E, embora o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tenha registrado queda nos números, a verdade é que esse rito de passagem nunca deixará de existir. Apenas passa por transformações e adaptações conforme os tempos e as culturas.
Em 2019, de acordo com os dados do IBGE, foram registrados 1,02 milhão de casamentos no Brasil, cerca de 28,8 mil a menos que no ano anterior. É uma queda de 2,7%. Além disso, a média de duração dos relacionamentos também caiu, passando de 17,6 anos em 2018 para 13,8 anos em 2019. O fato é que, apesar dos números registrarem essas quedas já há alguns anos, não levam em conta os casamentos realizados de forma social, muitas vezes, sem terem sido registrados no cartório ou, oficialmente, em alguma religião.
No decorrer da filosofia, alguns pensamentos coincidem com ideologias religiosas e, assim, o casamento sempre será parte essencial de cada sociedade. Plutarco (46-120 d.C.), por exemplo, é um filósofo grego que acreditava que a união entre duas pessoas poderia ser tal que se transformaria as duas em uma só. Um pensamento parecido com o que prega o cristianismo, ao dizer que marido e mulher se tornam uma só carne. Para o filósofo grego, as relações matrimoniais e conjugais se fortalecem com o tempo.
O que me chama a atenção é que, embora eu seja alguém que não mais busca um casamento, vejo muitas e muitas pessoas que querem realizar esse sonho. E que se dedicam a um relacionamento a dois. Como diria o poeta e músico Vinicius de Moraes, “é impossível ser feliz sozinho”… e para tanta gente, de fato, é. Vinicius, por exemplo, teve um par de mulheres com quem se casou. Então, não se pode dizer que o casamento passar por uma crise na modernidade. Prefiro dizer que está apenas se transformando, o que é natural.
Aparte qualquer realidade, o casamento continua a ser uma das grandes essências do ser humano e das próprias sociedades.
Fábio Luporini
Sou jornalista formado pela Universidade Norte do Paraná e sociólogo formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) . Fui repórter, editor e chefe de redação no extinto Jornal de Londrina (JL), atuei como produtor na RPC (afiliada da TV Globo), fundei o também extinto Portal Duo e trabalho como assessor de imprensa e professor de Filosofia, Sociologia, História, Redação e Geopolítica, em Londrina.
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