Por Fábio Luporini
O Brasil se prepara para, uma vez mais, celebrar a sua maior festividade popular: o Carnaval. Que, curiosamente, não tem DNA brasileiro. Aliás, é um festejo que nasceu antes mesmo de o Brasil ter sido encontrado pelos portugueses. E é de lá que herdamos essa festa, que tem origem medieval e conexão com o catolicismo, apesar de hoje em dia ser considerada totalmente pagã.
Antigamente, séculos atrás, o Carnaval era uma série de festividades que antecediam o período da Quaresma, tempo de 40 dias anteriores à Páscoa e quando os cristãos eram obrigados a fazer jejum e penitência em consideração ao mesmo número de dias em que Cristo passou no deserto. Então, as pessoas festejavam bastante durante três ou quatro dias antes de adentrarem ao tenebroso tempo quaresmal.
Quando o Carnaval chegou ao Brasil, vindo de Portugal, durante o período colonial, era conhecido como Entrudo, justamente porque era celebrado na “entrada” da Quaresma. Eram dias de muitas festas, de inversão de papeis, de fantasias e de bastante música. Dizia-se que as pessoas extravasavam o que não podiam fazer ao longo do ano. Com o tempo, a festividade foi ganhando caráter pagão, dissociando-se com o cristianismo.
Isso porque, ao longo dos dias carnavalescos, os foliões festejavam de um jeito um pouco menos cristão. Então, de festividade religiosa, passou a ser pagã e, à medida que o Brasil se desenvolvia, foi incorporada ao que hoje chamamos de identidade nacional. Tem Carnaval no mundo todo (o de Veneza, particularmente, é muito famoso e característico), mas, é o do Brasil que as pessoas conhecem, querem ver e vêm para visitar e festar. E, aqui, o Carnaval ganhou formas e formatos diversos: escolas de samba, marchinhas, frevo, maracatu, samba, axé, afrobeat, trio elétrico, blocos de rua.
Do ponto de vista antropológico, o Carnaval é e sempre será um festejo a ser estudado e reestudado. Mais que isso, uma festa para ser festejada!
Fábio Luporini
Sou jornalista formado pela Universidade Norte do Paraná e sociólogo formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) . Fui repórter, editor e chefe de redação no extinto Jornal de Londrina (JL), atuei como produtor na RPC (afiliada da TV Globo), fundei o também extinto Portal Duo e trabalho como assessor de imprensa e professor de Filosofia, Sociologia, História, Redação e Geopolítica, em Londrina.
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