Passados, por ora, os devaneios ditatoriais do projeto tupiniquim de Hugo Chávez brasileiro ou de regime Talibã sul-americano, é hora de voltar à normalidade. Os dias que se seguiram ao fiasco do rompante do 7 de setembro mostraram ao povo brasileiro a dura realidade em que estamos vivendo. E ao caos financeiro-econômico que nos espera, graças aos surtos psicóticos de quem colocaram na presidência. Não voltaremos à normalidade, já estamos vivendo num estado patológico.
Educador e psicólogo radicado no Brasil, Pierre Weil considera como normal um conjunto de normas, conceitos, valores, estereótipos e hábitos de pensar e agir recorrentes a um grupo social, comunidade ou sociedade. Esse normal está sendo profundamente afetado graças aos insistentes discursos falsos e mentirosos propagados pelo clã Bolsonaro, que se apossou do poder democrático e não quer largar o osso de maneira alguma. Ou, como diz o chefe-mor das barbaridades políticas, “só morto” para sair de lá.
Por outro lado, o Positivismo de Auguste Comte e Émile Durkheim teorizam acerca do estado patológico de uma sociedade, aquele em que se foge à regra, de forma excepcional ou excêntrica. Normalmente, atingem uma minoria e duram um determinado período de tempo. É o que se espera, na realidade, que essa patologia chamada Jair Bolsonaro não dure muito na presidência. Nem mesmo na política, embora já esteja lá há mais de 30 anos, contando o tempo em que se meteu a ser deputado federal. Aliás, é como um câncer que não foi tratado. Cresceu e, agora, está consumindo o Brasil.
O problema é que, quanto mais se demora, mais estragos faz. Alguns dos quais são irreversíveis, outros demorarão anos para retomarem a normalidade. De volta à realidade, agora não mais normal, mas, patológica, o povo brasileiro se deparada com a volta da inflação, com os preços elevados, com a escassez de produtos, com perspectiva de subida de tarifas de ônibus, e assim por diante. Já não dá mais para ter acesso a tudo: é preciso escolher entre comer uma mistura ou pagar uma conta. Até quando aceitaremos isso?
Fábio Luporini
Sou jornalista formado pela Universidade Norte do Paraná e sociólogo formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) . Fui repórter, editor e chefe de redação no extinto Jornal de Londrina (JL), atuei como produtor na RPC (afiliada da TV Globo), fundei o também extinto Portal Duo e trabalho como assessor de imprensa e professor de Filosofia, Sociologia, História, Redação e Geopolítica, em Londrina.
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