Por Fábio Luporini
Mais de dois anos e meio desde que a pandemia do coronavírus assolou o mundo, não é possível que ainda hoje existam pessoas insensíveis e que tenham mudado nada em suas vidas. Pois bem, infelizmente, é possível e existe esse tipo de pessoa, sim! Por isso, talvez, a filosofia é tão importante e fundamental em nossas vidas. Ela nos ensina que “não há nada permanente, exceto a mudança”. É o que diz Heráclito de Éfeso mais de 2,5 mil anos atrás. Conhecimento tão antigo e tão simples assim deveria ser algo normal e natural em nossas vidas.
Não faltam exemplos de pessoas que continuam a pensar igual mesmo depois de terem passado por uma experiência traumática durante a pandemia. Tem gente que continua valorizando mais o dinheiro em vez dos momentos com a família e os amigos, tem gente que continua desdenhando da ciência e das vacinas, tem gente que até mudou, mas, transformou-se numa pessoa pior do que era antes. O que é preciso fazer ou acontecer para que as pessoas entendam a mudança como mola propulsora da própria vida?
Para Heráclito, “ninguém entra em um mesmo rio uma segunda vez, pois quando isso acontece já não se é o mesmo, assim como as águas que já serão outras”. Veja que sabedoria há nesse pensamento. Vamos atualizá-lo. Ninguém faz a mesma viagem duas vezes porque quando voltar a um destino, já não será mais o mesmo. Nem tampouco o lugar. Ninguém toma o mesmo café, ninguém faz o mesmo passeio, ninguém apresenta o mesmo trabalho ou palestra. Percebe como tudo muda e está em constante transformação?
Então, volto à afirmação inicial: não é possível que ainda hoje existam pessoas insensíveis e que tenham mudado nada em suas vidas. A mudança existe. E é parte da essência do mundo. O grande problema está em mudar para pior. Mudar nada quer dizer que a pessoa continua pensando ou agindo da mesma maneira, mas, pior que isso é mudar para muito pior do que se era antes. Nossos esforços têm de ser no sentido de sempre nos transformarmos em alguém melhor que fomos ou do que somos.
Fábio Luporini
Sou jornalista formado pela Universidade Norte do Paraná e sociólogo formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) . Fui repórter, editor e chefe de redação no extinto Jornal de Londrina (JL), atuei como produtor na RPC (afiliada da TV Globo), fundei o também extinto Portal Duo e trabalho como assessor de imprensa e professor de Filosofia, Sociologia, História, Redação e Geopolítica, em Londrina.
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