Menos discursos, mais atitude!

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“Nós somos o que fazemos repetidamente” (Aristóteles)

Alvo Dumbledore fita seriamente o olhar do jovem Harry Potter. O garoto, como sempre, envolvera-se em confusão na escola de magia de Hogwarts. E, entre um conselho e outro, ouviu, meio sem entender, da boca do diretor: “São as nossas escolhas que revelam quem realmente somos, muito mais do que nossas qualidades”. A cena, reproduzida no cinema, está narrada no segundo livro da série do bruxinho, Harry Potter e a Câmara Secreta. 

E o que tem a ver com a filosofia? É puro pensamento de Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.). Simples assim. Aliás, boa parte do que fundamenta o raciocínio do personagem, a autora J.K. Rowlling foi buscar no filósofo grego. Que mais de 2 mil anos atrás já sabiamente dizia, em outras palavras, que não adianta nada falarmos se não fizermos. Sua frase que resume esse pensamento é: “Nós somos o que fazemos repetidamente. A excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito”.

Na real, de nada serve ir às ruas protestar contra a corrupção, mas sonegar imposto, ficar com o troco recebido a mais ou então furar o semáforo vermelho. Ser corrupto depende de como agimos no dia a dia, não do discurso que adotamos da boca para fora. Nós somos o que fazemos, não o que dizemos ou falamos. Por outro lado, se cotidianamente somos honestos, educados ou solidários, é isso que vamos nos tornar. Pelas nossas atitudes.

O mundo está cheio de gente que diz em vez de fazer. Políticos, têm inúmeros. Mas, convivemos diariamente com pessoas que não entendem o verdadeiro sentido do hábito. E, muitas vezes, estão inebriadas com o próprio discurso enganoso. Às vezes somos nós mesmos. O que é preciso fazer para deixarmos de lado o vazio das palavras ou as palavras vazias e colocarmos em prática atitudes concretas?

Falta coragem de reconhecer que patinamos em abstratismos e ousadia para enfrentar o que for preciso para mudar os hábitos. Mudança. Esta é a palavra. E, de agora em diante, prefira sempre ser reconhecido pelo que você faz, não pelo que você diz. Afinal, todo mundo sabe que um exemplo transforma muito mais do que conselhos.

Foto: Divulgação

Fábio Luporini


Sou jornalista formado pela 
Universidade Norte do Paraná e sociólogo formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) . Fui repórter, editor e chefe de redação no extinto Jornal de Londrina (JL), atuei como produtor na RPC (afiliada da TV Globo), fundei o também extinto Portal Duo e trabalho como assessor de imprensa e professor de Filosofia, Sociologia, História, Redação e Geopolítica, em Londrina.

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