Por Fábio Luporini
A culpa é dos faraós! Ah, se eu fosse da corte de Ramsés II ou de Tutancâmon, certamente os aconselharia a não ficar celebrando muito o passar dos anos. Afinal, como tudo o que nasceu de maneira espontânea, a celebração da data natalícia também se transformou numa verdadeira festa comercial. Eu, particularmente, não curto muito essa puxação de saco em apenas um dia do ano, algumas vezes beirando à falsidade, outras legitimamente verdadeiras.
Não gosto de celebrar o aniversário porque não gosto de ter as atenções voltadas para mim, para minha pessoa, para minha vida. Afinal, todo ano é a mesma coisa. Tem gente que nunca conversa comigo durante o ano inteiro e manda a mesma mensagem, repetida e religiosamente, todos os anos. Parece disco riscado. E a culpa disso tudo é dos egípcios, que iniciaram as comemorações de aniversário 3 mil anos atrás, obviamente restrita aos faraós e aos deuses.
Depois, o costume foi importado para a Grécia, que também celebrava a data natalícia de seres superiores. Mais pra frente, em Roma, o aniversário passou a ser celebrado por seres mortais, mas, ainda assim, gente da alta cúpula: o imperador, sua família e os senadores da República. Com o advento do Cristianismo, a data deixou de ser comemorada, porque era, afinal, uma festa pagã. Só no século IV é que o aniversário entrou no calendário cristão por comemorar o nascimento de Cristo.
Assim, com a popularização do cristianismo, a celebração do aniversário se tornou mais comum. Hoje, é motivo para fazer festa, comprar bolo, vela, doces, presentes… enfim, faz parte do calendário comercial. E não digo que esteja errado não. Só que cada um tem seu jeito de celebrar a vida. Eu, por exemplo, prefiro celebrá-la viajando, durante o ano inteiro, não apenas numa data específica. Gosto de celebrar a vida sentando numa mesa de um bom restaurante, apreciando um bom cardápio e tomando um bom vinho. Vale muito mais que um parabéns por obrigação uma vez por ano.

Fábio Luporini
Sou jornalista formado pela Universidade Norte do Paraná e sociólogo formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) . Fui repórter, editor e chefe de redação no extinto Jornal de Londrina (JL), atuei como produtor na RPC (afiliada da TV Globo), fundei o também extinto Portal Duo e trabalho como assessor de imprensa e professor de Filosofia, Sociologia, História, Redação e Geopolítica, em Londrina.
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