A origem de tudo

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Por Fábio Luporini

Vira e mexe, o cinema estreia algum filme que conta a origem de algum grande personagem ou franquia. A bola da vez é o vilão Gru, líder os simpáticos Minions. Mas já se tornaram protagonistas de si mesmos alguns como Batman, Coringa, Cruella e até Star Wars. Na filosofia, não foi diferente. De modo especial, quando o pensamento filosófico surgiu, foi preciso voltar às origens. Sim, porque, até então, tudo era explicado de maneira mitológica. Inclusive a origem do próprio ser humano, que precisou ser repensada. Então, dessa maneira, em algum momento da vida, a gente sempre tem de olhar para trás, para nossas origens, para quando e onde tudo surgiu.

Pouco mais de 2,5 mil anos atrás, os gregos acreditavam que o ser humano havia sido criado do barro pelo deus Epimeteu. Mas o homem era imperfeito e sem vida. Até que outro deus, o irmão de Epimeteu, Prometeu, roubou o fogo de Vulcano e o deu ao ser humano, conferindo a eles vida! Como todo mito, uma história crível que, a partir dos questionamentos, passou a ser desacreditado pela relativização do conhecimento, levando à necessidade de se encontrar explicações melhores e mais racionais para todas as coisas. A crença dá lugar ao argumento, à razão.

E é nesse contexto que surge a filosofia como uma ferramenta, um tipo de pensamento que precisa voltar-se às origens. Então, os primeiros filósofos, conhecidos como pré-socráticos, passam a buscar explicações para a origem de todas as coisas, para o arché, isto é, para a substância inicial e essencial de tudo. Tanto que, para alguns deles, a origem de tudo estava no fogo, ou no ar, ou na água, ou na terra. Ou, até mesmo, no ápeiron (algo infinito). Então, os primeiros filósofos precisaram se debruçar sobre a origem de tudo, a fim de entender de onde veio o ser humano, de onde vieram todas as coisas. Naquele momento, a humanidade estava ficando órfã de uma explicação, um vazio preenchido pela filosofia.

Com o tempo, a partir das explicações filosóficas ainda muito ligadas à mitologia, foram surgindo outros tipos de pensamento, inclusive o científico, que se baseava em evidências, em estudos, em experiências. Dessa maneira, as explicações sobre a origem do mundo passaram a ser mais racionais, mais precisas. Muito embora, obviamente, tudo não passa de teoria fundamentada em estudo e em especulação. De qualquer forma, nunca é demais voltar-se à sua própria origem.

Fábio Luporini

Sou jornalista formado pela  Universidade Norte do Paraná e sociólogo formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) . Fui repórter, editor e chefe de redação no extinto Jornal de Londrina (JL), atuei como produtor na RPC (afiliada da TV Globo), fundei o também extinto Portal Duo e trabalho como assessor de imprensa e professor de Filosofia, Sociologia, História, Redação e Geopolítica, em Londrina.

Foto: Pexels

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