“A felicidade não se encontra nos bens exteriores” (Aristóteles)
O que é felicidade? Você é feliz? Essas são duas das perguntas mais sem respostas ou com resultados diversos e controversos que atravessam a humanidade desde sempre. Que todo ser humano, mesmo involuntariamente, busca responder, mas que, sistematicamente, começaram, de fato, a serem pensadas com a filosofia, quase 2,6 mil anos atrás, na Grécia Antiga.
Tales de Mileto, considerado o primeiro filósofo, dizia que feliz é aquele que tem corpo são e forte, boa sorte e alma bem formada. Simples? Nem um pouco! Os gregos, em geral acreditavam que para ser feliz era preciso ser um bom demônio, daí a teoria da eudaimonia. Entretanto, foi com Sócrates que essas questões éticas se aprofundaram. Para ele, que é considerado o pai da filosofia não por ser o primeiro, mas por ser o mais importante, felicidade não é mais satisfazer as necessidades e desejos do corpo. Ao contrário, é preciso buscar o bem da alma, que só se alcança por uma vida justa e virtuosa.
Seu discípulo Platão segue a mesma linha. E vai adiante. Além de concordar com o mestre, a teoria platônica diz que somos nós mesmos que devemos controlar as paixões do corpo para obter a virtude. Isso significa controlar desejos, vontades, necessidades, sentimentos, deixando que a alma racional prevaleça e nos leve à temperança e ao bem máximo. Já Aristóteles, que foi aluno de Platão e professor de Alexandre Magno, entende que felicidade é o maior bem desejado pelos homens e que, sendo assim, é o fim último de nossas ações.
Obviamente as teorias sobre a felicidade não se encerraram por aí. Ao longo do período helenístico vieram outras tantas, desde o epicurismo (felicidade está nos prazeres moderados), estoicisimo (felicidade se conquista com a ataraxia, ausência de dor, de sofrimento, etc) até o ceticismo (viver bem é não emitir juízos nem julgar nada ou ninguém). Não vamos nos aprofundar nas teorias filosóficas medievais ou da Idade Moderna. Hoje, todavia, há uma infinidade de possibilidades. Por isso, vou apenas deixar uma questão no ar: o que você faz para ser feliz?
Foto: Pixabay
Fábio Luporini
Sou jornalista formado pela
Universidade Norte do Paraná e sociólogo formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) . Fui repórter, editor e chefe de redação no extinto Jornal de Londrina (JL), atuei como produtor na RPC (afiliada da TV Globo), fundei o também extinto Portal Duo e trabalho como assessor de imprensa e professor de Filosofia, Sociologia, História, Redação e Geopolítica, em Londrina.
