O mundo assiste bizarramente à era do ataque. Seja ele pessoal, profissional ou em qualquer horizontalidade social, gratuitamente. As pessoas, empresas, funcionários, governos e representantes não estão mais preocupados em dialogar, conversar, ouvir, mudar de opinião. Ao contrário, querem mais é “viralizar” ao destilar opiniões polêmicas, algumas sem sentido enquanto outras totalmente falsas. Perdemos a noção do conflito. Aquele saudável e positivo, que deve ser estimulado porque nos ajuda a amadurecer.
Afinal, o conflito pressupõe um problema seguido de uma resolução. Pode ser uma discussão entre duas pessoas que argumentam uma com a outra para tentarem chegar a um consenso, ou não; talvez sejam uma ou várias dúvidas internas sobre determinadas realidades da vida; ou uma divergência profissional, pessoal ou familiar, todas precedidas de dificuldades, angústias e anseios. Enfim, o conflito pode ser uma boa oportunidade para crescermos e amadurecermos, se fizermos bom uso dele.
Infelizmente, vivemos tempos sombrios. Em vez da paz, ouvimos discursos de ódio, embora os interlocutores digam pregar a paz. Em vez da união, observamos ações que dividem e separam, apesar de as pessoas anunciarem por aí intenções de unificar. É tudo mentira. É tudo falácia. Mas, para alguns, é mais cômodo dar crédito a quem diz o que queremos ouvir e faz o que gostaríamos de fazer, mesmo que nem sempre possamos. Já dizia Aristóteles que “somos o que fazemos repetidamente” e não o que falamos ou dizemos.
Nossas ações dizem muito sobre quem somos. Ou sobre quem queremos ser. Inclusive quando nos vemos no furacão de uma batalha conflituosa. De que modo sairemos dessa situação? Nem sempre será do jeito que gostaríamos. Mas, deve ser, sobretudo, com respeito ao outro, à diferença e à diversidade de pensamento e de escolhas. Será que falta muito para conseguirmos algo tão simples? Aliás, por que estamos tão longe, embora essa realidade seja tão acessível?
Foto: Visual Hunt
Fábio Luporini

Sou jornalista formado pela Universidade Norte do Paraná e sociólogo formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) . Fui repórter, editor e chefe de redação no extinto Jornal de Londrina (JL), atuei como produtor na RPC (afiliada da TV Globo), fundei o também extinto Portal Duo e trabalho como assessor de imprensa e professor de Filosofia, Sociologia, História, Redação e Geopolítica, em Londrina.