Por Marcelo Minka
Friozinho cortante no fim de semana, bom para festas juninas. Nos cinemas, apenas um lançamento relevante vai agradar a garotada de todas as idades que são fãs de super-heróis, da DC e de filmes de ação. No resto, é só mais um blockbuster banal, como quase todos os blockbusters.
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Este The Flash 2023 é baseado em uma história em quadrinhos de 2011, onde realidades paralelas se colidem quando Barry (interpretado pelo bem ruinzinho Ezra Miller) usa seus superpoderes de velocista para viajar no tempo e alterar eventos do passado, afinal, tempo e espaço estão intrinsecamente conectados e este personagem faz essas viagens nos quadrinhos desde 1961. Na patuscada de universos paralelos entram também outros The Flash, o General Zod, Batman, kryptonianos, e mais algumas coisinhas pra temperar a salada toda, desde que o sabor renda mais alguns milhões para os bolsos dos produtores.
Para começo de conversa, quem encarna o apressadinho é o Ezra Miller, aquele que em 2020 apareceu em todas as redes sociais sufocando uma mulher em um bar na Islândia, aquele que foi acusado de dopar uma menor de idade, de agredir e de assediar uma mulher na Alemanha, aquele que invadiu uma casa para roubar bebidas alcoólicas, e por aí vai. Ele tem lá uns momentos bons no filme todo, às vezes é engraçado, mas é tão carismático quanto um charque secando num varal.
Dirigido por Andy Muschietti (It 2 – 2019), o longa não chega a ser completamente indigesto, é divertido em sua superfície, mas totalmente previsível. The Flash corre pra lá e pra cá tentando fazer boas ações através de seus superpoderes, bagunça tudo, corre pra lá e pra cá tentando consertar as ‘shits’, corre pra lá e pra cá e não chega a lugar nenhum, exatamente como seu filme. Muito divertido as conversas entre os The Flashes, as aparições de Batman, as cenas de ações, mas e aí? Só isso? Sim, os filmes de super-heróis são para isso.
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Mas vamos com calma, os filmes de super-heróis eram para isso até dois ou três anos atrás, agora o buraco é mais embaixo, exigimos mais pra sair de casa. Quando despedaçamos o filme em pequenas partes ele é ótimo, piadas rápidas e inteligentes, ações de tirar o fôlego e emoções nostálgicas. Mas quando analisamos o filme no todo, as coisas fracassam na velocidade de seu herói que nem sabe pra que existe.
Se você quer ir ao cinema assistir a um filme de multiverso, dê preferência ao Homem-Aranha: Através do Aranhaverso, ainda em cartaz. Se você gosta deste tipo de filmes e já assistiu ao aracnídeo, veja The Flash, um bom e vazio filme de ação pra assistir e se esquecer em minutos.
Marcelo Minka
Graduado em licenciatura em Artes Visuais, especialista em Mídias Interativas e mestre em Comunicação com concentração em Comunicação Visual. Atua como docente em disciplinas de Artes Visuais, Semiótica Visual, Antropologia Visual e Estética Visual. Cinéfilo nas horas vagas. Me siga no Instagram: @marcelo_minka e @m_minka_jewelry
Foto: Divulgação