Por Marcelo Minka
Sem lançamentos relevantes nos cinemas e com feriado pertinho do fim de semana, a melhor pedida é maratonar as três temporadas de Succession. Com 100% de aprovação de crítica e público, a terceira temporada estreou dia 17 deste mês na HBO Max.
O que se lê e se ouve sobre esta temporada é que pode ser considerada um “Capitão América” para adultos, um Game of Thrones com acontecimentos na atualidade, um jogo de xadrez inteligente, rápido e com movimentos geniais.
Criada pelo roteirista Jesse Armstrong, a série dramática acompanha a história da família Roy, Logan, o pai, dono de um império de comunicações bilionário, e seus quatro filhos. Em um universo onde dinheiro não é mais problema, a briga é por poder. Logan está com 80 anos e se agarra com todas as forças ao seu cargo de comando deste império, enquanto os filhos brigam para tomar seu lugar. Filhos estes que nunca trabalharam, criados com iates, helicópteros, Patek Philippes, emocionalmente infantilizados.
Claramente inspirada na vida do bilionário e poderoso Rupert Murdoch, Succession ganhou sete prêmios Emmy em sua segunda temporada, tornando-se o carro chefe das produções da HBO. Em seu elenco: Brian Cox, Kieran Culkin, Jeremy Strong e Sarah Snook em excelentes momentos de interpretações que vão de arroubos intensos a sutilezas carregadas de emoção.
Succession passeia entre o novelão mexicano e o drama shakespeariano sem vacilar em nenhum momento. As cenas são gravadas sem interrupção, geralmente com duas câmeras, deixando cada acontecimento com mais intensidade, como se estivéssemos em um teatro, ou como se estivéssemos espionando a briga do vizinho.
Se você vai maratonar, pode se deliciar com a série, mas não se esqueça que é um pouco desgastante a maratona. Cada cena é repleta de significados, de emoções, de manipulações, cada diálogo pode levar para vários caminhos, exigindo do espectador total concentração.
Aproveite o feriado.
Marcelo Minka
Graduado em licenciatura em Artes Visuais, especialista em Mídias Interativas e mestre em Comunicação com concentração em Comunicação Visual. Atua como docente em disciplinas de Artes Visuais, Semiótica Visual, Antropologia Visual e Estética Visual. Cinéfilo nas horas vagas.
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