Esta foi a semana de estreia de Shang-Chi, primeiro super herói asiático do Universo Cinematográfico Marvel. O filme era aguardado com grandes expectativas pelo impacto social que poderia causar na representação oriental, sendo comparado com Pantera Negra. Acrescente-se a este impacto social o gênero super herói, a linguagem do cinema chinês das artes marciais, o gênero fantasia e a necessidade de ser um blockbuster e arrecadar milhões.
Tudo indicava que Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis seria uma grande salada indigesta. Mas não é. O filme consegue um equilíbrio incrível entre o multiverso dos super heróis e o gênero artes marciais, apresentando cenas de ação de tirar o fôlego, visual estonteante, roteiro consistente e belas atuações.
O diretor Destin Daniel Cretton (O Castelo de Vidro – 2017) dirige o trabalho com desenvoltura e ternura, apresentando lutas marciais coreografadas como dança. Podemos perceber referências de clássicos orientais nas cenas poéticas, mas também referências a Jackie Chan nas cenas de ação, como na hilária cena inicial do ônibus desgovernado ladeira abaixo.
Não poderia deixar de citar o carisma e a interação entre os protagonistas. Shang-Chi é interpretado por Simu Liu (Akira Project – 2014) e Katy por Awkwafina (A Despedida – 2019). Awkwafina, aliás, é um espetáculo à parte, sempre que aparece na tela, mesmo em momentos dramáticos, faz rir.
Não somente para quem gosta do gênero super herói, o filme é indicado para quem gosta de ação, fantasia, romance e lutas marciais. Tem até luta de dragão voador. Em exibição nos cinemas da cidade. Aproveite o feriado e vá assistir, com máscara e distanciamento.
Marcelo Minka
Graduado em licenciatura em Artes Visuais, especialista em Mídias Interativas e mestre em Comunicação com concentração em Comunicação Visual. Atua como docente em disciplinas de Artes Visuais, Semiótica Visual, Antropologia Visual e Estética Visual. Cinéfilo nas horas vagas.
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