Por Marcelo Minka
Resistência é um bom filme de ficção científica e ação dirigido por Gareth Edwards (Rogue One – 2016) que também vai agradar ao público que gosta de filmes reflexivos. A trama se passa em um futuro distante, em meio a uma guerra entre humanos e inteligência artificial, nada mais propício ao que estamos vivenciando agora. O personagem principal, interpretado por John David Washington (Tenet – 2020), é um ex-agente das forças especiais, recrutado para localizar e matar o Criador, um misterioso arquiteto responsável por desenvolver uma arma capaz de acabar com o confronto e com toda a humanidade.
Já conhecemos este tipo de ficção científica desde 1984, com o Exterminador do Futuro, a difícil relação entre humanos e máquinas, a natureza da inteligência e a possibilidade de uma guerra entre as duas espécies. Diferente do Exterminador, o roteiro de Resistência aprofunda esta relação psicológica homem/máquina, conseguindo desenvolver de forma interessante os personagens e a trama.

Resistência: complexo e ambivalente
O filme explora a relação entre humanos e máquinas de forma complexa e ambivalente. Por um lado, mostrando que as máquinas podem ser uma ameaça à humanidade, e por outro, evidenciando o quanto podem nos ajudar. O roteiro também aprofunda a natureza da inteligência. Joshua (personagem principal) é um homem que acredita que a inteligência é uma característica exclusivamente humana. No entanto, ele começa a questionar essa crença ao conhecer o androide Anya. Do meu ponto de vista, a discussão mais interessante para nós, humaninhos, é a exploração da possibilidade de uma guerra entre humanos e máquinas, um tema clássico da ficção científica cada vez mais se apresentando como possibilidade real.
A direção de Gareth Edwards é segura e eficiente e contém um visual impressionante, com cenas de ação bem coreografadas e efeitos especiais de alta qualidade, não deixando de lado diálogos consistentes e concisos. Podemos destacar também como pontos positivos as atuações excelentes e os efeitos especiais, anos luz à frente de qualquer Marvel da vida. Vale o preço do ingresso e do estacionamento.
Marcelo Minka

Graduado em licenciatura em Artes Visuais, especialista em Mídias Interativas e mestre em Comunicação com concentração em Comunicação Visual. Atua como docente em disciplinas de Artes Visuais, Semiótica Visual, Antropologia Visual e Estética Visual. Cinéfilo nas horas vagas. Me siga no Instagram: @marcelo_minka e @m_minka_jewelry
Foto: Divulgação
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Uma resposta
Eu fui assistir o filme Resistência, pois sou fã de filmes de ficção científica.
O aspecto filosófico é o que mais me atrai nesse gênero de filme, porque a humanidade precisa confrontar a sua própria criação. Criamos cultura, tecnologia, inteligência artificial, ideologias, ciência, leis, costumes, crenças, e a filosofia, a sociologia e a antropologia podem nos auxiliar a compreender e a questionar o uso que se faz de todas essas invenções humanas, seus benefícios e malefícios.
A arma biológica, por exemplo.
Certos costumes, leis, crenças também são passíveis de questionamento.
Ideologias também.
A própria organização social, econômica e cultural.
Um filme importante, porque somos manipulados, subjugados pela própria criação.