Em meio a escândalos de leite moça e chicletes, que consigamos sair de casa o mínimo possível e evitar contato direto com outros humanos. Para nos ajudar, além de livros, temos a amada TV. Uma boa pedida é a série Lupin, em sua primeira parte da primeira temporada no streaming Netflix.
A produção é baseada no personagem ficcional francês Arsène Lupin, criado em 1905 pelo escritor Maurice Leblanc. Lupin é um ladrão “do bem”, com talentos inatos na criação de disfarces, capaz de planejar e executar roubos espetaculares. O Lupin da tela se inspira no Lupin do livro para se vingar de um crime cometido no passado distante por uma família rica, trazendo para a contemporaneidade o clássico literário, através de uma trama ágil que irá conquistar os fãs do gênero.
Omar Sy (Intocáveis – 2011) incorpora Arsène Lupin com perfeição. Dirigido por Louis Leterrier (Truque de mestre – 2013) e Marcela Said (Cachorros – 2017), a série conta com cinco episódios muito dinâmicos, apresentando o passado e o presente do protagonista com agilidade, mostrando os porquês dele se transformar em um ladrão.
Os interessantes truques de Lupin para roubar são os mesmos da série literária, atualizados para as tecnologias atuais. Procurando evitar spoilers, podemos dizer que é tudo muito convincente. Por exemplo, o truque do assalto no Louvre é simples, mas incrivelmente bem executado e marcante.
Omar Sy interpreta um personagem mais divertido e com menos complexidades, nos segurando na poltrona através do seu carisma. Quem assistiu ‘Truque de Mestre’ sabe do que estou falando. E todo o resto do elenco serve como suporte para Sy brilhar em seu papel.
A trama contém alguns pontos negativos. No frigir dos ovos, o roteiro todo se perde um pouco na sua plausibilidade, na sua razoabilidade, constatamos um certo ‘forçar de barra’ nos elementos do roteiro. Mas, vivendo no país do leite moça, onde a razoabilidade não tem qualquer sentido, isso não chega a incomodar muito.
Conquistando fãs a cada dia que passa, Lupin já está entre as 10 séries mais vistas no streaming Netflix. Ladrões, ladrões “do bem”, roubos espetaculares, uma boa pedida para o momento em que vivemos.
Marcelo Minka

Graduado em licenciatura em Artes Visuais, especialista em Mídias Interativas e mestre em Comunicação com concentração em Comunicação Visual. Atua como docente em disciplinas de Artes Visuais, Semiótica Visual, Antropologia Visual e Estética Visual. Cinéfilo nas horas vagas.
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