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Guerra Civil: uma trama bem construída

Por Marcelo Minka

Enfim, 2024 começa a baixar suas temperaturas na terrinha vermelha, ótimo motivo para comer pipoca no cinema. Estamos ainda naquela entressafra pós-Oscar, com pouquíssimos lançamentos. Um filme que pode agradar é Guerra Civil, com o brasileiro Wagner Moura (Narcos – 2015 a 2017).

Em meio a explosões, tiros e o caos da guerra civil, o filme se apresenta como um drama mais que contemporâneo, tecendo uma narrativa que vai do mero entretenimento e mergulha numa reflexão sobre a ética e o jornalismo. Com produção da A24 e direção e roteiro de Alex Garland (Aniquilação – 2018), o filme nos transporta para um universo devastado pela guerra, onde a linha entre o bem e o mal se torna tênue e as decisões morais ficam cada vez mais complexas.

A trama segue dois repórteres (Wagner Moura e Stephen McKinley Henderson) e duas fotógrafas (Kirsten Dunst e Cailee Spaeny) de Nova York até Washington, onde vão documentar o que está acontecendo no coração político de uma América convulsionada. Eles acompanham as tropas de uma aliança militar que vai depor um presidente golpista (nada que nos seja estranho por aqui). A partir do olhar crítico e sensível de testemunhas civis, procura-se um sentido para a própria realidade. Wagner Moura entrega uma performance comovente como um jornalista obstinado em busca da verdade, enquanto Kirsten Dunst se destaca como uma heroína dividida entre seus deveres e seus valores.

Wagner Moura é uma das estrelas de Guerra Civil, uma crítica contundente às guerras e ao papel da mídia nelas

A trama bem construída nos envolve em uma teia de intrigas políticas, dilemas éticos e questionamentos existenciais. Cada personagem carrega consigo suas próprias feridas e motivações, o que torna a narrativa ainda mais rica e complexa.

Guerra Civil e a brutalidade da guerra

Guerra Civil não se furta em mostrar a brutalidade da guerra, mas o faz de forma visceral e realista, sem cair na gratuidade ou na exploração sensacionalista. As cenas de batalha são de tirar o fôlego, mas o que realmente nos impacta são as consequências humanas desses conflitos.

O filme também tece uma crítica contundente ao papel da mídia na guerra, mostrando como a manipulação da informação pode ser usada para controlar a narrativa e influenciar a opinião pública. A atuação de Kirsten Dunst e de Wagner Moura são os pontos mais altos do filme.

Guerra Civil é um filme que exige do espectador atenção e reflexão. Não é um mero blockbuster de ação, mas sim um drama humano profundo que nos convida a questionar nossas próprias crenças e valores. Um filme de ação com roteiro que instiga à reflexão.

Todas as fotos: Divulgação/Diamond Films Brasil

Marcelo Minka

No período pós-Oscar, os lançamentos de filmes relevantes cai assustadoramente. Ainda que cheio de clichês, Uma Prova de Coragem é o único que merece ser citado

Graduado em licenciatura em Artes Visuais, especialista em Mídias Interativas e mestre em Comunicação com concentração em Comunicação Visual. Atua como docente em disciplinas de Artes Visuais, Semiótica Visual, Antropologia Visual e Estética Visual. Cinéfilo nas horas vagas. Me siga no Instagram: @marcelo_minka e @m_minka_jewelry

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(*) O conteúdo das colunas não reflete, necessariamente, a opinião do O LONDRINENSE.

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