Por Marcelo Minka
Mais uma semana terminando e temos como lançamento único nos cinemas mais um filme da franquia Guardiões da Galáxia. Vamos a ele começando com uma ‘breve sinopse’, se é que isso existe: Peter Quill, interpretado pelo delícia Chris Pratt, ainda sofre com a perda de Gamora (Zoe Saldanha), enquanto o passado turbulento de Rocket (aquele guaxinim antropomórfico que tem a voz de outro delícia, Bradley Cooper) ressurge das cinzas para virar tudo e todos de cabeça para baixo. E é só isso mesmo, o resto é pancadaria.
Mas vamos com calma. Em 2014, os quase desconhecidos Guardiões da Galáxia surgiram no universo cinematográfico como uma grata surpresa, para público e críticos, apresentando um bom roteiro, com humor meio quinta série quase inteligente, mas mesmo assim bom e original, apresentando um grupo de bandidos desajustados que se tornam heróis por acidente.
Eis que, em 2023, temos o terceiro filme sobre os desajustados heróis, novamente dirigido por James Gunn, aquele que fez sua versão do filme SuperMan de mais de três horas, ou seja, meio fora da casinha, como seus Macunaímas. Justiça seja feita, ele tem visão criativa, senso de humor e, na maioria das vezes, acerta a mão na direção, mas nem sempre. Demitido da Marvel em 2018 por tuítes ofensivos de anos atrás, Gunn ainda carrega em suas direções um irritante visual repetitivo e a falta de profundidade nos personagens secundários, fazendo a trama toda girar em torno do personagem principal.
E nesse Guardiões não é diferente. Em primeiro lugar, é um filme emocionante sim, mas com alguns atalhos bem duvidosos. Apesar de não afetar o andar da carruagem, Gunn opta por tomar atalhos bem incômodos no roteiro cheio de conveniências excessivas. Tramas inteiras são apresentadas e logo em seguida abandonadas – o porquê, só ele sabe. Outro fator também irritante são os personagens apresentados como super importantes e deixados de lado durante todo o filme, sem constrangimentos.
No frigir dos ovos e apesar dos pesares, Guardiões da Galáxia Vol. 3 encerra a trilogia com segurança. Não estamos falando aqui de uma produção épica como foi Vingadores: Ultimato, e sim de uma sub franquia do Estúdio Marvel. E para encerrar, ficamos com a dúvida, também irritante, se esse é um filme realmente para o público infanto-juvenil. Não faltam palavrões, desmembramentos, corpos queimados e por aí segue uma sequência absurda de violência. Talvez Gunn tenha se confundido nas direções, achando que estava dirigindo outro trabalho seu da HBO, a série Pacificador.

Marcelo Minka
Graduado em licenciatura em Artes Visuais, especialista em Mídias Interativas e mestre em Comunicação com concentração em Comunicação Visual. Atua como docente em disciplinas de Artes Visuais, Semiótica Visual, Antropologia Visual e Estética Visual. Cinéfilo nas horas vagas. Me siga no Instagram: @marcelo_minka e @m_minka_jewelry
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