Filmes interessantes estão voltando aos cinemas

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Por Marcelo Minka

Já baixei o e-título e deixei separado o título de eleitor físico, aquele de papel, prontinho para exercer meu direito de voto amanhã e respeitar a escolha da maioria, afinal, somos uma democracia. Mas vamos ao assunto da coluna, filmes e séries. Felizmente parece que os lançamentos de filmes interessantes estão voltando às salas, depois de uns meses bem fraquinhos. Uma boa estreia marca o fim de semana pré-eleições, o filme A Queda.

Quando eu era adolescente uma frase do livro A Insustentável Leveza do Ser, de Milan Kundera, me marcou muito, “o medo de altura não é medo de cair, mas medo da vontade de se jogar”. Acho que é por isso que, quando aparece no meu feed do Instagram aqueles vídeos de moleques irresponsáveis segurando a mão da namorada pendurada no topo de um edifício, eu não vejo, passo rapidamente, por dois motivos: para não dar audiência a idiotas e porque fico com frio na barriga só de ver. Se você também é desse tipo de pessoa, com esta insustentável leveza no ser, vá ao cinema preparado, A Queda dá esse friozinho na barriga do começo ao fim e faz, irritantemente, a mão suar.

Dirigido e roteirizado por Scott Mann (Jogada Final – 2018), no elenco temos Grace Caroline Currey (Shazam – 2019) e Virginia Gardner (Starfish – 2018) como protagonistas. As duas mulheres corajosas escalam uma torre de rádio de 600 (SEISCENTOS) metros de altura e, claro, ficam presas no topo. Sim, é aquela velha fórmula de trama, onde um ou mais personagens ficam presos em um local, cercados de perigos, lutando pela vida. Se você assistiu Medo Profundo (2017), onde mergulhadoras ficam presas em uma jaula cercadas por tubarões, vai ver muita semelhança com este filme, quase clichê. A diferença está na fobia, não é no fundo do mar, mas nas alturas.

E esta velha fórmula funciona maravilhosamente bem em A Queda, aqui o perigo maior é o vazio que cerca nossa insustentável leveza e insignificância diante do espaço sem fim. O roteiro batido cresce bastante com as lindas e talentosas Grace e Virginia que seguram o filme do começo ao fim. Apesar do caminho confortável optado pela direção, sem arriscar em inovações, vale a ida ao cinema.

Marcelo Minka

Graduado em licenciatura em Artes Visuais, especialista em Mídias Interativas e mestre em Comunicação com concentração em Comunicação Visual. Atua como docente em disciplinas de Artes Visuais, Semiótica Visual, Antropologia Visual e Estética Visual. Cinéfilo nas horas vagas.

Foto: Divulgação

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