Por Marcelo Minka
Dominando 90% das salas de exibição da cidade, Barbie estreou neste fim de semana antecedido por uma eficaz e avassaladora investida no marketing. Se você fizer qualquer procura sobre o filme no Google, vai visualizar uma página no estilo Barbie, rosa e com estrelinhas piscando. A gente quase suja a mão com glitter que sai do teclado.
Dirigido por Greta Gerwig (Lady Bird: A Hora de Voar – 2017), como se poderia esperar da diretora, o filme é uma crítica social inteligente e interessante. A figura icônica da boneca Barbie, criada pela empresária Ruth Handler e lançada pela empresa Mattel em 1959, é mais do que apenas um brinquedo, ela se tornou um verdadeiro ícone da cultura pop e um símbolo da infância para gerações de crianças em todo o mundo.
Ao longo dos anos, a Barbie evoluiu e se adaptou aos padrões e valores da sociedade, tornando-se uma figura influente e controversa. Aparência impecável, estilizada, corpo esguio, longos cabelos loiros e rosto belíssimo, a receita perfeita para a diretora do filme desenrolar suas críticas sobre a cultura de massa patriarcal e a cultura de beleza contemporânea. A narrativa segue o estilo conto de fadas, mas Gerwig contextualiza tudo para o atual de modo incisivo e engraçado.
A trama passeia entre mundos imaginário e real, revirando ao avesso a lógica deles, onde o próprio produto critica seu consumo. Depois de ser expulsa da Barbieland por ser uma boneca de aparência menor que a perfeição, Barbie parte para o mundo humano em busca do que todos nós procuramos, a felicidade.
Margot Robbie como Barbie
No papel da boneca temos a incrível Margot Robbie (Babilônia – 2022), que leva o filme com seu carisma hipnótico do começo ao fim. Incorporando o boneco Ken, namoradinho de Barbie, temos Ryan Gosling (Drive – 2011) que também esbanja gostosura e carisma mesmo em um personagem de plástico. E a Direção de Arte é simplesmente primorosa, desde os apetrechos da boneca ao universo Barbieland.
Terminando o texto, gostaria de agradecer a Deus por ouvir minhas preces, o estilo do filme não pertence ao gênero musical. Apesar de ter várias canções originais, não chega nem perto de um La La Land, então as musiquinhas não irritam muito.
O patriarcado que se cuide. Barbie, além de ser um filme feminista, abocanha não só o público feminino, mas o público em geral, nos fazendo perceber os absurdos do nosso cotidiano onde normatizamos um mundinho feito para agradar e servir aos homens. Vista-se de rosa e divirta-se.
Marcelo Minka
Graduado em licenciatura em Artes Visuais, especialista em Mídias Interativas e mestre em Comunicação com concentração em Comunicação Visual. Atua como docente em disciplinas de Artes Visuais, Semiótica Visual, Antropologia Visual e Estética Visual. Cinéfilo nas horas vagas. Me siga no Instagram: @marcelo_minka e @m_minka_jewelry
Foto: Divulgação
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