Por Ângela Diana
Acho que por aqui já virou ladainha, né? “Que a arte muda as pessoas e as pessoas mudam o mundo”. O que me fez lembrar a palestra que estava assistindo hoje do Rossandro Klinjey (ele é psicólogo e espírita e as palestras deles sempre me dão vários insights!). A palestra era sobre “servir”…
E fiquei pensando em quantas vezes eu escrevi para que serve o artista e a arte e em como estou cansada da desculpa das pessoas…. É! Desculpa. Tipo “ahh, o capitalismo”, “não, a culpa é do comunismo”, “não, a culpa é disso ou daquilo”! A “culpa” ou, melhor, a responsabilidade são nossas, das pessoas, das nossas escolhas! Não de uma “sociedade anônima!
Você fazer uma terapia para se conhecer e se resolver é a melhor resposta do que diferentemente não fazer o que você quer ou precisa e culpar qualquer coisa, menos você mesmo!
Primeiro que a gente aprende que culpa não resolve bulhufas! Canso de ouvir que “Ah, não sou artista porque meus pais não quiseram”! Sério isso, gente? Ou não tomei essa atitude por culpa do fulano ou sicrana! Você já parou para pensar que veio no mundo para melhorar o mundo, para servir para alguma coisa e não para ser servido (ou servida)?
A maioria dos artistas que conheço e que continuam na lida tem uma característica invejável, chama-se CORAGEM. Coragem: colocar o coração em algo ou algum objetivo. Os artistas servem as comunidades, e trazem para as pessoas visões de liberdade…
Pessoalmente acho que artista é criticado e chamado de vagabundo, porque ele(ela) tem a CORAGEM de ser LIVRE! E, desculpe a expressão, mas artista tá lá, se fodendo e como diz a Dori, na animação “Procurando Nemo”, continua a nadar, continua a nadar….
Claro que uma pessoa que não gosta de si mesma e acha que o mundo deve alguma coisa pra ela, jamais vai entender o que é ser artista! Jamais vai entender que o artista veio no mundo para servir, melhorar, evoluir, trazer a beleza, aquela de verdade, sabe?
Artista é santo ou santa? Olha, se a gente olhar pelo lado que todos os santos e santas tiveram vidas bem loucas e estranhas, é… até que a gente pode chegar ali ó, bem pertinho deles. Pela coragem que eles e elas tiveram para assumir suas vocações e aguentarem chacotas e críticas, realmente estamos pertinho deles!
E São Jorge e Nossa Senhora que nos protejam, porque a vida é uma escola sem recreio! Um ser humano tem que servir para alguma coisa, né? E ter a coragem de assumir quem é!
Quando assinamos a primeira obra, estamos tendo a coragem de assumir aquele mundo que mostramos para os outros, mesmo que às vezes nos ridicularizem.
E quer saber? Quando temos anos de trabalho, não importa mais se alguém critica a obra, pois já somos suficientemente seguros para saber que nem sempre vão gostar das suas ideias ou da sua visão de mundo e tá tudo bem.
Ah! Não é o mundo que está em crise, é ser humano! Somos nós responsáveis pelo mundo e não o contrário.
Será que um dia vamos assumir isso e ter a coragem de sermos fatores de mudanças positivas no mundo? Fica a pergunta…
Bom final de semana e lembre-se de ajudar o jornal no Catarse!
Ângela Diana
Sou londrinense e me dedico à arte desde 1986 quando pisei pela primeira vez no atelier de Leticia Marquez. Fui co-fundadora da Oficina de Arte, em parceria com Mira Benvenuto e atuo nas áreas de pintura, escultura, desenho e orientação de artes para adolescentes e adultos.
Foto: Acervo pessoal