Nascida em Goiânia – Goiás (terra do também fantástico pintor Siron Franco) em 1943, Ana Maria graduou-se em música, educação e artes plásticas, em Goiás e no Rio de Janeiro, nos idos dos anos 60. Escultora, pintora, desenhista, gravadora, bacharel em escultura, em 1973 a 1975 vai para Inglaterra com uma bolsa de estudos para a Slade School of Fine Arts, de Londres (uma das melhores do mundo). De 1985 a 1989, é diretora titular de Belas Artes na Norwich School of Art, em Norfolk,na Inglaterra. Em 1996, é convidada a associar-se na National Gallery de Londres. Leciona como professora visitante nas Universidades da Escócia, Irlanda e Inglaterra.
Em 2000, recebe o título de Doutora Honoris causa em letras pela University of East Anglia e no mesmo ano realiza individual no Museu de Belas Artes no Rio de Janeiro. E em 2004 na Purdy Gallery, em Londres, e no Brighton Museum & Art, na Inglaterra. Julian Bell, no seu livro “Uma nova historia da arte”, cita Ana Maria Pacheco (ao lado do mestre Aleijadinho, diga -se de passagem!), como um dos nomes mais relevantes da arte do século!
Como vocês, descobri essa tremenda artista agora, numa conversa casual com minha amiga (e sempre grande mestra) Leticia Marquez. Fiquei absolutamente apaixonada pelas obras de Ana Maria! Ela se naturalizou inglesa, mas ela diz que já foi “formada” daqui, do Brasil. E comenta que é difícil sim, firmar -se no velho continente, mas que dificuldade existem em todos os lugares.
Comentários pessoais sobre a obra dela: muito raro ver uma obra dramática e expressiva como a dela, em grandes dimensões, feita por uma artista mulher. Aliás, o tema é muito interessante! O que é mais comum artistas mulheres realizarem? Esculturas, pinturas, gravuras? Obras mais limpas, mais “barrocas”, por assim dizer? Obras mais dramáticas, mais racionais? Qual a opinião de vocês, leitores que gostam da arte?
Sobre a artista em questão, não encontrei muitas informações pessoais, mas vocês poderão acessar imagens, entrevistas, todas pelo Google, Facebook, Instagram. Com 78 anos e ainda ativa, uma das maiores artistas nascida no Brasil, com obras em vários países e importantes galerias e museus, mais uma grande artista para nossa coluna das Mulheres mais que especiais!
Como ela é uma artista viva, a dica é seguir suas redes sociais e conhecer mais as obras dela! Eu, com certeza já coloquei como uma das minhas prediletas. Tem obras que marcam profundamente e que como profissional eu adoraria ter feito! Apenas acho que caberiam muitos artistas brasileiros com nomes mais relevantes das artes do século… Artistas próximos e de outros estados do Brasil, pena que falta interesse dos profissionais competentes (ou “incompetentes”!) , para pesquisarem, conhecerem e trabalharem pelos muitos nomes das artes por aqui… E, infelizmente, mesmo com a internet, muitos são reconhecidos tardiamente…
Uma pergunta para vocês:sabiam que um artista pode ser bacharel em escultura? Alguém achou estranho? Então, nos países que tem milhares de anos na nossa frente, a arte e a cultura são levadas muito à sério, elas trazem um enorme retorno financeiro , entre outras coisas para a maioria desses países, como Inglaterra, França, Portugal, Espanha… Não quer dizer que seja mais “fácil ” ser artista lá, mas com certeza a cultura é tratada como deve ser: um assunto sério, pois ela muda as pessoas e as pessoas mudam o mundo!
Oremus!! Carpe diem pessoal!!
Angela Diana
Sou londrinense e me dedico à arte desde 1986 quando pisei pela primeira vez no atelier de Leticia Marquez. Fui co-fundadora da Oficina de Arte, em parceria com Mira Benvenuto e atuo nas áreas de pintura, escultura, desenho e orientação de artes para adolescentes e adultos.
Foto: Reprodução da Internet