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Quando o Deus da Arte dá um toque – parte 2

Por Ângela Diana

Continuando o assunto dessa coluna! Depois do colega Zé Gonçalves falar do Salão de Santos e algumas amigas minhas insistirem, eu fui pintar as obras! Você já mexeu com tinta acrílica no inverno e tempo de chuva? Pois é! A tinta não secava, as telas estavam ruins e pequenas (eu gosto de telas grandes!).

Sei que, quase amanhecendo o dia, joguei todas fora e bateu a revolta do tipo: “quer saber, vão ser as últimas telas que vou pintar (olha a inocência!), vai ser do MEU jeito” e apertei o botão do “foda-se mundo! Você não manda em mim!”

Peguei três painéis e comecei a pintar, só minha mãe viu, não falei para ninguém e, nos 45 minutos do último tempo, minha mãe me ajudou a embalar e lá se foram para Santos…

Beleza! A vida continuou, naquela base: tédio, crise, tédio, crise… Daí o Zé Gonçalves me liga perguntando se eu sabia do resultado do salão, eu nem aí, disse que não… “Liga lá, Gena! Eu vou ligar também”.

“Bom (pensei comigo), vamos ouvir o sonoro NÃO”… Liguei, falei meu nome e a secretária disse que ia chamar o diretor da galeria. Ele veio e me perguntou duas vezes se eu era Ângela Diana…(De boa gente! Achei que ele estava tirando uma com minha cara!). Daí ele me pergunta se eu tinha recebido o telegrama (é, TELEGRAMA!). E eu disse que não… Daí vem a surpresa! Os três trabalhos entraram! Eu já feliz, ele me fala: “os três em primeiro lugar!”

Prêmios: uma viagem para Nova Iorque ida e volta, mais 1.500 dólares de ajuda de custo (muitos artistas não iam e vendiam a passagem, dessa vez foi a primeira vez que colocaram ajuda de custo e a passagem era intransferível).

Eu fiquei muda! Ele me esclarecendo quando era o coquetel e todos os detalhes e eu mudaaaa! Falei muito obrigada e que ia, sim, receber o prêmio, e até logo.

Fiquei sentada no sofá, nisso aparecem as cabeças da minha mãe e da minha irmã na porta da copa (saca? Tipo aqueles filmes que fica um em cima do outro na porta?). Elas olharam pra mim com aquele ponto de interrogação e dai eu comecei a gritar: EU GANHEI UMA VIAGEM PARA NOVA IORQUE!

Minha mãe e minha irmã ficaram felizes comigo e daí eu liguei para Leticia. Aquele dia eu tinha aula no atelier, contei pra ela, e ela me falou: venha logo para aula. Quando cheguei lá, com minha mochila de tintas e walkman no ouvido, todo mundo virou a cabeça para me ver e por um segundo bateu aquele silêncio. De repente todo mundo (éramos em 18 alunas), vieram me abraçar.

Fui pra Santos, e tive a grata surpresa de saber que o Zé tinha ganho em segundo e mais uma artista londrinense tinha recebido menção honrosa! Aquela noite, o diretor da galeria falou que ele não sabia o que tinha em Londrina para ter tanta gente talentosa…

Foi uma noite bárbara! Fui com duas grandes amigas, assistimos o vídeo das escolhas das obras e uma das minhas amigas ficou admirada, pois, dos três juízes, um era professor de artes na FAAP em Sampa, e ele era extremamente exigente e sumidade no assunto.

A noite foi mágica! Lembro que minha amiga Andrea Kfouri me emprestou um echarpe que sua tia Rita tinha trazido de Paris… Gente! Pensa numa peça linda! Para dizer a verdade para mim ainda era um sonho, que eu só fui acordar na… (Fica para próxima coluna!)

Boa semaaaaana, pessoal! E lembre-se de ajudar o jornal pelo Catarse!

Ângela Diana

Sou londrinense e me dedico à arte desde 1986 quando pisei pela primeira vez no atelier de Leticia Marquez. Fui co-fundadora da Oficina de Arte, em parceria com Mira Benvenuto e atuo nas áreas de pintura, escultura, desenho e orientação de artes para adolescentes e adultos.

Foto: Acervo pessoal

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