Por Ângela Diana
E, finalmente(!) chegou o final desse ano de 2024! E que ano gente…literalmente, sobrevivemos…Não é verdade? Todos, todas e todes passaram por provações, provocações, eleições…
Na arte e na vida, muitos desafios, saberes, pessoas, ilusões partidas, realidades múltiplas e até um multiverso na vida da gente. Realidades que se colidiram! Fala se não foi verdade?
Trabalho, muito trabalho… À beira de um Burnout, acredito que muita gente ficou esse ano… A cabeça que começou o ano cheia de planos é a mesma que termina esse ano com um cansaço físico, emocional e até mesmo mental!

A arte salvou mais uma vez! A arte ensina a reinventar-se, ressignificar, pensar em todos os ângulos de uma questão e até a ter um pouco de ócio criativo, para não surtar de vez!
E o crochê! Esse foi do o absoluto do ano! Tanto aqui em casa como no mundo! Ele finalmente chegou no patamar merecido! Nas mãos de grandes artistas, desde estilistas a artistas plásticos e grandes artesãos…


Vi o mundo através de muitas mãos! E trouxe para a coluna perguntas , propostas, feiras, gente que faz, gente que constrói, o bem X mal, a luta pela sobrevivência e a vontade de criar mundos diferentes!
Quem venceu? A vontade de criar , óbvio!
E para terminar esse ano, um texto de um dos meus mais amados escritores, Tim Robbins ( em “O perfume de Jitterbug”):
A Conta
“A BETERRABA É O MAIS INTENSO DOS VEGETAIS. A cebola tem tantas páginas quanto “Guerra e Paz”, cada uma delas triste o bastante para fazer um homem forte chorar, mas as diversas camadas ebúrneas da cebolas o marcador de livros de um verde atormentado da cebola, são rapidamente carbonizados pelos sucos gástricos e pelas bactérias dos intestinos.
Só a beterraba sai do corpo da mesma cor que entrou.
As beterrabas consumidas no almoço irão, pela manhã, abastecer o vaso sanitário de peixes rubros, cujo tom atesta a imunidade cromática da beterraba com relação aos poderosos ácidos digestivos e aos micróbios que conseguem dar à mais vermelha das pimentas, ao mais alaranjado das cenouras, à mais amarela das abóboras o mesmo tom desagradável de marrom.
Ao nascer, somos rosados, redondos, intensos e puros .
O fogo rubro da consciência universal, queima em nós.
Aos poucos, contudo, somos devorados pelos pais, abocanhado pelas escolas, mastigados pelos companheiros, engolidos pelas instituições sociais, devorados pelos maus hábitos e roídos pela idade; e quando finalmente somos digeridos ao estilo das vacas, naqueles seis estômagos, emergimos no mesmo tom desagradável de marrom.
A lição da beterraba então é essa: agarre-se ao seu divino rubor, à sua magia inata cor-de-rosa, ou termine marrom. E, uma vez marrom, você vai descobrir que é azul. Tão azul quanto índigo. E você sabe o que isso significa:
Índigo
Indo, indo…
E já se foi.”

Espero que em 2025, a magia da vida volte até você e que a “força” esteja com todos nós!
Pax vobiscum!
Ângela Diana

Sou londrinense e me dedico à arte desde 1986 quando pisei pela primeira vez no atelier de Leticia Marquez. Fui co-fundadora da Oficina de Arte, em parceria com Mira Benvenuto e atuo nas áreas de pintura, escultura, desenho e orientação de artes para adolescentes e adultos. Instagram angela_dianarte
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