Eu sou a ovelha colorida da família

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Por Angela Diana

Buscando inspiração para coluna de hoje, lembrei da música “Ovelha Negra”, da maravilhosa Rita Lee. Me veio à mente quantas vezes eu me senti como na música… Com a diferença que essa ovelha aqui é colorida!

Creio que todo mundo, muitas vezes na vida, se sente um “ET” (quem não, levanta a mão)! São tantas as incógnitas que carregamos: de onde viemos, o que estamos fazendo aqui, para onde vamos? Tantas questões internas de todos os tipos e alguma coisa precisa dar um sentido, não é?

Acredito firmemente que a arte, assim como a religiosidade (independente de religiões ou doutrinas), também dá um sentido maior para esse espaço entre nascer e morrer, que chamamos de VIDA.

Artistas pensam de forma diferente e, hoje, agradeço aos céus todo o estudo sobre o cérebro, seu funcionamento, as múltiplas  inteligências, os estudos das síndromes, dos comportamentos humanos.

Como age um “criativo”, o porquê as pessoas criativas tem o poder da abstração, de enxergar o mundo de formas diferentes, de ter um senso de observação profunda, de ser capaz de ficar horas estudando ou trabalhando em cima de um tema que lhe dê prazer e poder simplesmente se “desligar” do que não lhe interessa.

Pessoalmente, apesar de no meu caso ter repetido de ano na escola por causa disso, bloqueei totalmente a matemática e odiava as aulas de educação física, principalmente vôlei e basquete. Imaginem quantas boladas levei na cara! Eu abstraia sem fazer força, pois não achava nada interessante a história da competição e ficar correndo pra lá e pra cá com uma bola. 

Foto: Pinteres

Hoje entendo (e abstrair me ajudou nisso) que sofria bullying das colegas que se achavam grandes atletas, levando o nome de “mole” e “mosca morta” quando deixava passar os passes! Lógico que minha cabeça estava em outro lugar, imaginando o quanto eu ia desenhar quando chegasse em casa e o corpo estava lá! Solto na quadra…

Se você perguntar para todo artista, na maioria das vezes a resposta vai ser a mesma: nos sentimos totalmente estranhos nesse mundão de meu Deus!

Porque artista não segue padrões e, se há regras, os e as artistas quebram…

Frans Krajberg – Foto: Divulgação

Na maioria, são pensadores e pensadoras livres quebrando tabus e dogmas e mostrando várias facetas do mundo que compartilhamos durante a vida. Muitos, como Frans Krajberg, levantaram bandeiras para causas nobres, acreditando que artistas nasceram para ajudar nas mudanças positivas do mundo, porque se assim não for, para que ser artista?

Muitas e muitos sofreram todos os tipos de privações, doenças e passaram por pandemias, guerras, dramas pessoais e traumas, mas não deixaram de trabalhar, pintar, desenhar, esculpir, modelar, fotografar, escrever, dançar, atuar até que o anjo da morte os levou.

Gosto de pensar que, como artistas fazem parte da mesma tribo, quando desencarnamos, podemos ter contato com as e os grandes nomes e artistas da História… De todas as áreas. E podemos aprender com elas e eles, pois (acredito também) que carregamos conosco tudo o que é da alma, do espírito como o amor, o ódio, as experiências, as sensações e o conhecimento adquirido.

Tomara que assim seja! Quero fazer muitas perguntas!

Que a arte esteja na vida de vocês essa semana!

Angela Diana

Sou londrinense e me dedico à arte desde 1986 quando pisei pela primeira vez no atelier de Leticia Marquez. Fui co-fundadora da Oficina de Arte, em parceria com Mira Benvenuto e atuo nas áreas de pintura, escultura, desenho e orientação de artes para adolescentes e adultos.

Foto: Pinterest

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