Por Angela Diana
Essa foto aí é a minha cara quando me falam que na arte TEM QUE ser “assim ou assado”… Ou quando colegas usam TODOS os termos técnicos para falarem da produção, cultura ou arte… A arte não tem que nada! Se temos liberdade em um lugar no mundo, esse lugar é a arte! Ela dá espaço para experimentações ou para o clássico… O artista pode trabalhar com técnicas já usadas pelos homens das cavernas ou as que são mais contemporâneas, como a computação gráfica ou 3D. Lápis de cor, carvão ou resinas acrílicas! Tanto faz… O importante é criar, trabalhar, pensar ou repensar… O importante e essencial é a expressão!
E por falar nisso, quando falo que morrooooo de tédio de algumas coisas e uma delas são termos técnicos, não quero dizer que eles não são importantes. São sim! Quando você está falando com um colega ou escrevendo um artigo. Mas falar com leigos e “desfilar” termos que só são entendidos quando nos aprofundamos no assunto da arte é, no mínimo, uma grosseria e uma forma de se mostrar, mais que mostrar a obra. Lógico que não estou subestimando o público da arte, mas é contraproducente.
Já correm as más línguas que a “arte é para uma elite” (mentira de politiqueiro pra roubar mais e mais da cultura). Se nós que, somos profissionais, não soubermos quando é o momento e a forma certa de falar de arte para todo tipo de público, daí que NUNCA vamos fazer chegar para as pessoas a arte e suas grandes possibilidades! Já disse várias vezes aqui e nunca é demais deixar bem claro: minha maior cara de tédio é quando também me falam ou eu escuto que pintar flores ou fazer quadros para “combinar com o sofá” vai “VENDER MAIS”… SINTO MUITO! Sim! Pode acontecer de artistas que pintam figuras mais conhecidas conseguirem vender, mas isso quando caí no gosto popular e como tudo na vida, nada é mágico! Tem muito trabalho também.
Pode ser que você que é artista que esteja lendo a coluna agora, não tenha uma trabalho de “fácil compreensão” pelas pessoas… Bom, definitivamente NINGUÉM nunca vai agradar a “gregos e troianos”. Às vezes a obra apenas não chegou no público certo, ou precisa de mais amadurecimento ou você está à frente do seu tempo! Tenho sempre a esperança e confiança que, ainda mais agora com a internet, podemos chegar a todos os lugares e alcançar mais e mais pessoas! Não capriche no “discurso” para o público! Capriche na obra, seja ela qual for…
Ser artista é mais profundo do que “estar” artista… Nesse caso, o reconhecimento pode chegar a qualquer momento, não temos nem uma idade certa para isso. Um artista pode ser reconhecido aos 20, aos 30, ou aos 80! Quanto mais maduro, mais experiente mais a obra será ou o contrário? Ser gente já não é fácil, artista então! Tem momentos de extremo tédio “mental”! Quando não dá para ir em museus, alimentar o cérebro e o coração de paisagens diferentes, viajar e ver as grandes obras de artes… ALIMENTAR é a palavra certa.
Quem faz sempre as mesmas coisas, do mesmo jeito, pode não saber disso, mas está a um passo de sofrer ou ter alguma espécie de demência, pois já foi provado que como qualquer músculo, nosso cérebro precisa fazer conexões novas, além do chamado “ócio criativo”. O descanso, o dormir em ambiente limpo, com poucas informações ajudam o cérebro a descansar.
Vai parecer ladainha! Mas sabem a historia do perdão? De se livrar das magoas, de deixar o as más lembranças para trás? Isso nada mais é do que parar de pensar sempre nas mesmas historias, parar de fazer seu cérebro se movimentar em conexões antigas e nunca fazer conexões novas e boas para alimenta-lo! Tudo o que não usamos no corpo tem a tendência a parar de funcionar! Seu cérebro é uma das máquinas mais perfeitas que existem, basta usar da forma certa.
Perdoar, ou procurar aliviar as cargas e as tensões ou a infelicidade é prevenir doenças degenerativas de todos os tipos. Pesquisem! Quando várias pessoas falam que a arte salva, é porque a arte no geral nos ajuda a fazermos novíssimas conexões, nos alivia ou nos faz pensar! Estimula o cérebro e o coração! E o espirito!
Carpe diem! E colaborem com nosso jornal especial e querido pelo Catarse!
Angela Diana
Sou londrinense e me dedico à arte desde 1986 quando pisei pela primeira vez no atelier de Leticia Marquez. Fui co-fundadora da Oficina de Arte, em parceria com Mira Benvenuto e atuo nas áreas de pintura, escultura, desenho e orientação de artes para adolescentes e adultos.
Foto principal: acervo pessoal
