Diário de resistência: Políticas culturais?

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Por Angela Diana

Váias vezes escrevi aqui que nós NÃO TEMOS POLÍTICAS CULTURAIS! Sequer temos um Ministério da Cultura! Desde que esse “desgovernado” assumiu, o Ministério da Cultura (ou Minc) foi extinto! Como pode um país como o Brasil não ter mais um ministério para cultura? Claro que tudo o que diz respeito a politicagem por aqui está ligado com corrupção e transações “nebulosas”. Mas, sabemos que qualquer governo que é ou quer ser autoritário quer, primeiramente, eliminar do mapa artistas, professores, jornalistas… Tudo o que puder ensinar o povo a pensar e a aprender seus direitos são “tirados”, sucateados e, lógico, colocados na berlinda.

Acreditem, tudo o que acontece de “errado” não é por falta de recursos do Estado, mas sim uma forma de deixar as pessoas cada vez mais na ignorância! Estamos aqui para sermos escravos e trabalharmos para servir uma “máquina” que gera dinheiro e poder , e esses recursos voltam para nós em forma de migalhas! As leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo foram aprovadas, não tenho todos os detalhes, então explico numa coluna próxima… Mas essas leis vieram na pandemia, quando inúmeros artistas e trabalhadores da cultura ficaram sem nada!

Uma das coisas mais absurdas que estão ocorrendo no país é a MARGINALIZAÇÃO da artes e dos artistas em geral. Quando você quer acabar com alguém, a primeira coisa a se fazer é atacar a pessoa aonde dói mais e tirar sua autoestima! Artistas são atacados por todos os lados, por serem ARTISTAS ou pela raça, cor, opção sexual… É uma guerra que nem sempre é silenciosa, mas é quase sempre usando a ignorância das pessoas para acabar com a imagem dos artistas e toda a luta de classe. Óbvio que mesmo dentro do círculo existem divergências, mas no geral  o que salva é que a arte nos dá força para continuar. Acredito e sempre vou falar isso!

Foto: Pexels

Devemos lutar para que as leis mudem! Para que artistas como eu, que não estão dentro das academias tenham também seu currículo reconhecido pelo MEC! Que possamos ter direito de trabalhar nas nossas áreas como educadores! Outra coisa! Que todas as pessoas que NÃO SÃO ARTISTAS não possam dar aulas de arte! É absurdo o número de professores que não tem sequer trabalhos na área, como podem dar aulas de arte? Seria preciso no mínimo um estágio de 1 a 5 anos no atelier de artistas atuantes na área!

Falando de Londrina, temos aqui várias universidades, inclusive a UEL, que é paga com o dinheiro dos nossos impostos, sendo uma universidade Estadual. Uma das premissas é que ela faça projetos em cada área, projetos que tenham uma contrapartida para o publico. Anos atrás, a UEL fazia interações com os artistas da cidade. Nesse momento, desconheço algum projeto mais atuante (se eu estiver errada, me falem!),

Foto: Pexels

Outra coisa sobre os cursos de arte: a linguagem acadêmica é para quem quer se aprofundar em algumas áreas, até aí tudo bem! Mas eu desconheço cursos de arte que realmente ensinem o que é na prática ser artista, elaborar projetos que funcionem, conhecer profundamente o processo de criação, interagir com os artistas e ateliers da cidade, conhecer a história da arte, não só do Brasil, mas do estado, de Londrina…

Precisamos dos espaços FUNCIONANDO! Teatros! Salas de exposições, cinemas! Lugares adequados em que artistas de todas as áreas possam dar cursos, interagirem! Fora leis de incentivo, são necessários editais e mais projetos para incentivar os produtores seja com espaço, com dinheiro, com divulgação. É o artista (e falo de todos e todas ) que vai levar o nome da cidade a vida toda no seu currículo. Vocês têm ideia de quanto a cultura gera recursos? E que quase nada chega até os produtores? Isso precisa mudar! Artistas não são bandidos! O mal do país não é arte, é corrupção e um governo atrás do outro que corrói esse país ate os ossos! Com os aplausos de quem tem preguiça de ir atrás do conhecimento e da história!

Vamos fazer um exercício essa semana? Pensem fora da caixinha! 

Angela Diana

Sou londrinense e me dedico à arte desde 1986 quando pisei pela primeira vez no atelier de Leticia Marquez. Fui co-fundadora da Oficina de Arte, em parceria com Mira Benvenuto e atuo nas áreas de pintura, escultura, desenho e orientação de artes para adolescentes e adultos.

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